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ICBAS quer fazer do Porto “cidade piloto” do conceito “Uma cidade, Uma Saúde”

O Instituto de Ciências Biomédicas Abel Salazar da Universidade do Porto (ICBAS), que há quatro anos trabalha o conceito ‘One Health – Uma Saúde’, quer fazer do Porto “cidade piloto” na reflexão à volta da relação animais, humanos e ambiente.

“O objetivo é usar o Porto, uma cidade com a visibilidade internacional e o peso regional e nacional que tem, como piloto do projeto ‘Uma cidade, uma saúde’ e pensar na saúde com estas três componentes [animais, ambiente e pessoas] e não de forma individual. Pensar nos animais que estão nas ruas sem esquecer as políticas de ambiente, enquadrar as pessoas, vendo as características do meio onde vivem, pensar, por exemplo, que não se deve criar uma infraestrutura de apoio à saúde sem respeito pelo ambiente”, disse o diretor do ICBAS, Henrique Cyrne Carvalho.

Em entrevista à agência Lusa – a propósito do ‘One Health – Uma Saúde’, um conceito e visão que o ICBAS lidera e que já levou este ano Cyrne Carvalho ao Parlamento Europeu, depois de, no ano passado, ter estado na Comissão do Conselho Nacional de Ética para as Ciências da Vida no Parlamento português – contou que já reuniu com a autarquia portuense e que a parceria está “a ser trabalhada”.

Leia a notícia completa aqui.

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Centro para a Saúde Humana e Animal do ICBAS terá picadeiros

O Centro de Investigação em Saúde Humana e Animal, um projeto do Instituto de Ciências Biomédicas Abel Salazar da Universidade do Porto (ICBAS) que vai nascer na Maia, incluirá picadeiros para promover o contacto da comunidade com os cavalos.

Em entrevista à agência Lusa, o diretor do ICBAS, Henrique Cyrne Carvalho, destacou que o projeto, além da vertente científica e de investigação, inclui como objetivo “uma ligação muito marcada à comunidade, usando os cavalos para benefício da saúde mental e de alguns grupos de patologias, por exemplo”.

“Sabemos que a hipoterapia traz um enorme benefício a várias doenças do espetro do autismo, entre outras. Por outro lado, ao termos picadeiros, podemos promover a interação e a proximidade da comunidade com os cavalos”, disse Henrique Cyrne Carvalho.

Leia a notícia completa aqui.

Fonte: SAPO24

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One Health do ICBAS protagonista de ‘História’ na Comunicação social

O caminho faz-se caminhando, escreveu o espanhol Antonio Machado (1875-1839) naquele que foi o poema que o deixou para a eternidade das letras. É nesse caminho lento feito de passos persistentes que vai formando escola o conceito One Health (Uma Saúde), que pode vir a revolucionar a forma de olhar a Saúde, assim mesmo com maiúscula, a que nos orienta, nos conforta, nos faz acreditar que é possível sermos melhores, que nos dá qualidade de vida e contorna o vazio do pessimismo mesmo quando o cenário é o mais negro e os dias parecem encurtados à morte.

Leia a peça na íntegra aqui.

Fonte: Notícias Magazine.

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Docente do ICBAS lança livro “Muitas Espécies, Uma Só Medicina Veterinária”

Novo lançamento da Editora da U.Porto propõe reflexão sobre a evolução da medicina veterinária e do relacionamento dos humanos com os animais.

“O que faz um médico veterinário?”, “A que espécies animais se dedica?”, “Como está estruturada a sua formação?” ou “É uma profissão difícil?”, lê-se na contracapa de Muitas Espécies, Uma Só Medicina Veterinária. Este pequeno questionário dá o mote para a leitura de uma das mais recentes novidades editoriais da U.Porto Press, o número quatro da coleção Estudos e Ensino da Editora da Universidade do Porto

“Neste livro reflete-se, precisamente, sobre a evolução da medicina veterinária e sobre a evolução do relacionamento dos humanos com os animais”, defende Paulo Martins da Costa, docente do Instituto de Ciências Biomédicas Abel Salazar e autor da publicação.

Em resposta à questão sobre se a Medicina Veterinária é uma profissão difícil, Paulo Martins da Costa afirma que sim. Que “um veterinário necessita de dedicação, conhecimento, mundividência e um sentido ético apurado”, acrescentando que “é cada vez menos frequente as pessoas entenderem (e respeitarem) os animais na sua essência, tendendo ora a humanizá-los, ora a mecanizá-los”.

Segundo o autor, a profissão é complexa, estando “no centro de um círculo de animais importantes para o homem”. Estes animais inserem-se em vários quadrantes, sendo-lhes atribuídas diferentes “significações humanas” – domésticos, selvagens, de experimentação, de desporto, pragas, vetores de doenças, adoráveis, simbólicos, perigosos, fiéis…

Leia o artigo completo no site das Notícias UP.

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A ciência da água no ICBAS ao serviço da saúde da Biosfera

Água há muita no Planeta. Mas sendo ela 97% salgada, não pode ser directamente utilizada pela maioria dos seres terrestres, aéreos e aquáticos de água doce. Se há 2000 anos tínhamos a mesma quantidade de água disponível de hoje, na altura para o consumo de 72 milhões de habitantes, os 8 mil milhões de pessoas actuais têm que a repartir pelos usos quotidianos, como os domésticos, os industriais e os agrícolas, requerendo quantidades cada vez maiores. A pressão sobre o recurso água nunca foi tão elevada mas, com as alterações climáticas em curso, há que tomar medidas eficazes de aplicação global, destinadas a proteger a hidrosfera.

Em 2010, a Assembleia Geral das Nações Unidas aprovou uma resolução histórica ao considerar o acesso à água potável como um Direito do Homem, a par dos outros direitos já consagrados. Parte da água retorna ao meio aquático, mas com características químicas, físicas e mesmo microbiológicas diferentes. Por outras palavras, poluída. Água contaminada significa um ambiente doente e, no limite, conduz à degradação da saúde da Biosfera, a fina camada da Terra onde os seres vivos se distribuem.

Leia o artigo completo aqui.

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Diretor do ICBAS entrevistado sobre conceito One Health

O ‘One Health’ (Uma Saúde) não é conceito novo, mas ganhou outro significado com a pandemia por COVID-19.

Sabe-se que a hipótese mais plausível para a atuação mundial de um vírus que nunca tinha afetado os humanos é este ter sido passado por um animal, tal como 75% das infecções que nos atingem. Mas a relação entre animais, humanos e meio ambiente não se esgota nas doenças infecciosas e tem levado diversas entidades, como o SNS francês, a investir em novos modos de investigar e de precaver a saúde.

O Instituto de Ciências Biomédicas Abel Salazar (ICBAS), no Porto, estuda esta ‘saúde global’ há quatro anos, e em várias frentes. Já com várias investigações em curso, introduziu a cadeira ‘One Health’ em todos os cursos e é a única faculdade em vias de criar um mestrado focado nesta nova forma de ver a saúde.

Pelo trabalho desenvolvido, o diretor do ICBAS foi o único português ouvido no Parlamento Europeu para falar do conceito e de como poderá ser aplicado.

Henrique Cyrne Carvalho é médico cardiologista e diretor do Instituto de Ciências Biomédicas Abel Salazar. Foto: Rui Duarte Silva (Expresso).

Ao Expresso, Henrique Cyrne Carvalho, garante que pensar a saúde humana sem a descolar da saúde animal e ambiental terá de dominar as estratégias de investigação, de formação e de política do futuro.

Leia a entrevista na íntegra aqui.

Fonte: Expresso.

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Diretor do ICBAS participa em audição pública no Parlamento Europeu

No passado dia 28 de fevereiro de 2023, o diretor do ICBAS, Professor Henrique Cyrne Carvalho, participou numa audição pública sobre One Health no Parlamento Europeu, em Bruxelas.

A sessão “Special Committee on the COVID-19 pandemic: lessons learned and recommendations for the future”, teve como objetivo debater a ligação entre a perda acelerada da biodiversidade e a disseminação de zoonoses como a COVID-19, bem como os seus impactos na saúde humana. O objetivo desta audição foi reunir contributos sobre como a União Europeia pode implementar a abordagem de Uma Saúde nas suas políticas.

O Prof. Henrique Cyrne Carvalho na sessão “Special Committee on the COVID-19 pandemic: lessons learned and recommendations for the future”.

Para o Prof. Henrique Cyrne “Esta foi uma oportunidade única de podermos partilhar o plano de ação que temos em curso no ICBAS para o One Health e, acima de tudo, para contribuirmos com a nossa ação local para a reflexão sobre a implementação de ações de impacto global, nomeadamente através da União Europeia”. 

Veja e ouça a sessão completa aqui.
 

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ICBAS oferece ‘Banhos de Natureza’ a trabalhadores e estudantes

Projeto pioneiro na U.Porto visa a promoção de saúde mental e bem-estar da comunidade através do contacto e reconexão com a natureza.

Instituto de Ciências Biomédicas Abel Salazar (ICBAS), em parceria com a Go Wild, lançou recentemente os ‘Banhos de Natureza’,  um projeto pioneiro na Universidade do Porto, que tem como objetivo a promoção de saúde mental e bem-estar através do contacto e reconexão com a natureza.

Para testar este novo conceito, o ICBAS desafiou um grupo de trabalhadores e estudantes a desligarem-se das suas preocupações e afazeres por 90 minutos, para se deixarem guiar numa reconexão com a Natureza. O dia estava convidativo e as expectativas eram altas, apesar de algum ceticismo.

Foram 90 minutos de presença e envolvimento ativo com os vizinhos jardins do Palácio de Cristal numa tentativa de devolver tranquilidade e reduzir os níveis de stress e fadiga mental da comunidade académica do Instituto.

Grupo de trabalhadores e estudantes no primeiro ‘Banho de Natureza’. Foto: ICBAS.

Como tudo começou…

A pandemia foi impulsionadora do projeto Go Wild, numa altura em que Nadja Imhof, uma das fundadoras, se sentia muito desconectada da natureza: “Fiz alguma investigação e percebi que os banhos de natureza eram uma prática muito comum noutros países e com uma base científica sólida, pelo que decidi iniciar o treino online de seis meses para ser guia certificada”.

Depois de concluída a formação, Nadja e Vanessa, psicóloga e parceira neste projeto, começaram por definir uma estratégia que passava por encontrar locais na cidade propícios a esta prática e por encontrar o público alvo.

“Os estudantes, que na pandemia estavam muito isolados e com quadros de ansiedade pareceram-nos o target ideal, por isso começamos a procurar formas de chegar a eles e foi assim que nos cruzámos com o ICBAS. Para além disso, sabíamos que para isto resultar, tínhamos que procurar locais perto da cidade, ou na própria cidade, que por isso motivassem as pessoas a participar”, explica Nadja Imhof.

Hoje, este é um projeto mais robusto que tem vindo a crescer “embora devagar. Afinal, isto é, uma prática nova em Portugal e as pessoas não estão muito à vontade com esta proximidade”, realça a fundadora do projeto.

Banhos de Natureza’ promotores de bem-estar

Mas timidez, vergonha ou resistência à parte, os ‘Banhos de Natureza’ têm juntado uma comunidade cada vez maior de seguidores, graças aos múltiplos benefícios físicos e mentais que representam.

“Os benefícios são globais, mentais e físicos. Físicos porque mesmo sem correr estamos a mexer o nosso corpo. Mentais porque está provado que este contacto com a natureza reduz a ansiedade e todos os sentimentos relacionados com depressão ou stress. O que nos ajuda a dormir melhor, aumenta a nossa capacidade de concentração e criatividade”, esclarece Nadja Imhof.

Também para João Silva, estudante da Faculdade de Ciências da U.Porto (FCUP) e colaborador da investigadora Karine Silva, do Departamento de Ciências do Comportamento do ICBAS, tornar-se guia dos Banhos de Natureza tem sido uma experiência “incrível”.

“Perceber que a conexão com a natureza tem tantos benefícios, com bases científicas tão sólidas, foi muito importante para o meu trabalho. Neste momento gostava que este projeto chegasse a mais pessoas, e acima de tudo de ver estas pessoas a fazerem banhos de natureza por elas próprias. Dar-lhes a receita e elas poderem fazer disto rotina”, enaltece o estudante.

“Teste” ultrapassado com sucesso

A verdade é que, após uma hora e meia passada em profundo contacto com a natureza, as opiniões foram unânimes: “esta atividade constituiu uma excelente iniciativa, que sem dúvida nos faz sentir melhores, mais calmos, mais serenos, melhor preparados e motivados para o trabalho.”

Para os participantes esta é uma “uma excelente forma de ganharmos energia, de nos sentirmos melhor connosco próprios”, como destacou Nuno Ferreira, do Serviço de Informática do ICBAS.

“Ofereceu-nos novas ferramentas para reduzir a ansiedade”, destaca por sua vez Sara Pereira, do Gabinete de Relações Internacionais e Mobilidade, sobre uma experiência que promete repetir.

Um compromisso partilhado por Zélia Lopes, da Unidade de Pós-Graduação e Educação Continua “Adorei, sinto-me muito tranquila e decidi que vou começar a vir mais vezes ao Palácio de Cristal conectar-me com a natureza. Sem dúvida que esta ação foi impulsionadora desta decisão”.

Também para a estudante do Mestrado Integrado em Medicina, Maria João Estêvão, esta é uma atividade que vai recomendar aos colegas: “Foi uma manha diferente e foi muito positivo vir aqui desacelerar um pouco. Nunca tinha olhado para o Palácio desta forma. Recomendo totalmente acho que esta é uma estratégia muito importante para reduzir a ansiedade”.

Fonte: Notícias UP

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ICBAS defende inspeção “post mortem” no combate à Tuberculose Bovina

Estudo vem suportar a decisão da DGAV de não implementar a proposta da legislação europeia de alteração do protocolo de inspeção sanitária de carne bovina.

Investigadores  do Instituto de Ciências Biomédicas Abel Salazar (ICBAS), da Universidade do Porto, publicaram recentemente um estudo na revista One Health, no qual comprovam a importância da inspeção post mortem na identificação de lesões de Tuberculose Bovina (bTB), e o seu contributo para o respetivo Plano de Erradicação. O mesmo estudo vem ainda suportar a decisão da Direção Geral de Alimentação e Veterinária (DGAV) de não implementar a proposta da legislação europeia de alteração do protocolo de inspeção sanitária de carne bovina, tornando-a tendencialmente visual.

Realizado em colaboração com a DGAV e a Universidade de Trás os Montes e Alto Douro (UTAD), o trabalho agora publicado tem na sua base a regulamentação europeia que define novas regras nos controlos oficiais de géneros alimentícios, nomeadamente na inspeção sanitária de carnes.

O Regulamento de Execução (UE) 2019/627 prevê que “a inspeção sanitária da carne de bovinos possa ser tendencialmente visual nos animais até aos 8 meses e entre os 8 e os 20 meses, se estes forem criados em ambiente controlado, sem contacto com o meio exterior”, como explica a médica veterinária e docente do ICBAS, Eduarda Gomes Neves.

Estas alterações podem ter impacto na deteção desta zoonose e diminuir a eficiência do Plano Nacional de Erradicação da Tuberculose Bovina, em vigor desde 1991. O estudo faz uma análise de dados de 10 anos (entre outubro de 2010 e janeiro de 2020) e conclui que utilizar apenas a inspeção visual em bovinos mais jovens poderá ser insuficiente para a deteção de bTB.

Como explica Eduarda Gomes Neves, “no contexto atual ainda não faz sentido suprimir a incisão nos tecidos dos animais com idade inferior a 8 meses, sob pena de poder ser aprovada para o consumo humano carne de animais com lesões”. Com este trabalho, “fornecemos dados robustos que suportam a necessidade de manter os procedimentos anteriores, não flexibilizando, neste momento, a inspeção sanitária de bovinos. Os resultados do Plano Nacional de Erradicação da bTB indicam que o problema ainda persiste”, acrescenta a docente e investigadora.

Para além das conclusões partilhadas com a DGAV, com objetivo de fundamentar a tomada de decisão sobre a manutenção da prática de inspeção com palpações e incisões, este trabalho reforça a importância de abordar os problemas de saúde desde uma perspetiva integrada e holística.

“Quando trabalhamos questões relacionadas com segurança alimentar, saúde pública e saúde animal não podemos deixar de incluir a componente ambiental. No caso da Tuberculose Bovina, sabemos que o contacto direto ou indireto entre animais de produção e animais silváticos, por exemplo através do acesso a terrenos de pastagem, contribui para a transmissão da doença. As espécies cinegéticas, como veados ou javalis, constituem reservatórios do Mycobacterium bovis, como diversos estudos têm comprovado”, refere Eduarda Gomes Neves, concluindo que é fundamental manter esta investigação “dentro do âmbito Uma Saúde”.

Fonte: Notícias UP

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ICBAS caracteriza emissão de gases com efeito de estufa em explorações de bovinos

Investigadores do Instituto de Ciências Biomédicas Abel Salazar (ICBAS) caracterizaram o potencial de emissão de gases com efeito de estufa em explorações de bovinos e descobriram diferenças significativas durante a fase de lactação que abrem “portas” para novas investigações.

Em declarações à agência Lusa, a investigadora e primeira autora do estudo, Ana Raquel Rodrigues, esclareceu que a investigação se debruçou sobre as “emissões de gases com efeito de estufa (metano, óxido nitroso e dióxido de carbono) e amoníaco” em três explorações comerciais de bovinos de leite da região Norte.

Nas explorações, os investigadores recolheram amostras de fezes e de urina dos animais em diferentes fases da lactação, que foram posteriormente avaliados e caracterizados em laboratório, com recurso a “câmaras que simulam o pavimento” das explorações.

“Verificámos as diferentes fases de lactação dos animais, os tempos de recolha e o potencial de emissão das fezes e de urina ao longo do dia”, afirmou Ana Raquel Rodrigues.

O trabalho foi desenvolvido pela investigadora Ana Raquel Rodrigues no contexto do Programa de Doutoramento em ambiente empresarial SANFEED.

Apesar de “preliminares“, os resultados do estudo, publicado na revista científica Journal of Environmental Management, mostram “diferenças ao nível das emissões de óxido nitroso e amoníaco no pós-pico de lactação”.

Também à Lusa, o investigador e coordenador do estudo, Henrique Trindade, esclareceu que no “pós-pico de lactação” os animais bovinos “emitem emissões superiores” de gases com efeito de estufa, o que impõem um “maior cuidado”, em particular, na adaptação dos sistemas de limpeza dos dejetos.

“A limpeza é muitas vezes feita da parte da manhã porque a lógica é de manhã se fazerem quase os trabalhos todos. Estudando em pormenor, poderá concluir-se que se calhar é preferível limpar com mais frequência ao final do dia e não tanto de manhã”, referiu, destacando que “ocorrem mais emissões durante a tarde“.

Henrique Trindade destacou ainda que os resultados foram obtidos em laboratório a “temperaturas e taxas de ventilação constantes”, o que na prática poderá ainda ser mais significativo em termos de emissões de gases, uma vez que “as temperaturas são mais elevadas do meio-dia para a tarde do que da parte da manhã”.

À Lusa, o coordenador adiantou que a informação recolhida neste estudo, e noutros desenvolvidos no âmbito do programa de doutoramento de Ana Raquel Rodrigues, poderá ajudar a, por exemplo, “ajustar os sistemas de manejo das dejeções“.

“Com estes resultados podemos começar a olhar para outros aspetos, como a frequência de remoção e aplicação de aditivos que reduzem as emissões. Uma série de medidas de mitigação que já estão disponíveis na atividade e que podem ser focadas nos períodos em que sabemos que as emissões são superiores”, referiu, destacando também a importância das medidas de mitigação serem “flexíveis” ao longo de todo o dia.

Ana Raquel Rodrigues salientou também que a investigação “abre portas” para outros trabalhos, uma vez que os resultados permitiram “compreender um pouco melhor os animais, os seus metabolismos e a forma como as fezes e urinas se comportam quando depositadas no chão”.

“Esta investigação abre portas, mas mais trabalhos terão de ser feitos para conseguirmos resultados ajustados à realidade e serem aplicados na prática”, acrescentou a estudante do programa de doutoramento Sustainable Animal Nutrition and Feeding (SANFEED), cofinanciado pela Fundação para a Ciência e Tecnologia e dirigido pelo ICBAS

Além do ICBAS, o estudo contou com a colaboração de investigadores da Universidade de Trás-os-Montes e Alto Douro (UTAD) e da Escola Superior Agrária do Instituto Politécnico de Viseu (ESA-IPV).

A investigação foi ainda realizada em parceira com Cooperativa Agrícola de Vila do Conde e a AGROS – União de Cooperativas de Produtores de Leite.

Fonte: Observador

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