ICBAS - Instituto de Ciências Biomédicas Abel Salazar
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O impacto das hormonas no desenvolvimento do cancro

Por Joana Simões, Centro Hospitalar Universitário de Santo António

PORTO – A primeira descrição da relação entre hormonas e cancro remonta ao século XIX. Em 1896, o britânico George Beatson constatava que a ooforectomia resultava na regressão de tumores mamários em doentes com cancro da mama avançado. Esta descoberta pioneira lançou as bases não só para a compreensão do papel crucial das hormonas na oncogénese, como também para o desenvolvimento de tratamentos oncológicos. Também Charles Huggins, em 1940, demonstrava o papel da orquidectomia no cancro da próstata metastático.

Desde então, a investigação desenvolvida mostrou a importância das hormonas na oncogénese e patofisiologia de vários cancros, nomeadamente de cancro da mama e próstata. A exposição prolongada a elevados níveis de estrogénios, seja através de tratamentos hormonais ou fatores fisiológicos (como a menarca precoce ou menopausa tardia), aumenta o risco de cancro da mama. Compreender e gerir desequilíbrios hormonais por meio de modificações no estilo de vida ou outras intervenções pode ser crucial para reduzir o risco de cancro.

Da mesma forma, a complexa interação entre a regulação hormonal e a proliferação celular está na vanguarda da investigação oncológica. Nos últimos anos, a compreensão das vias hormonais envolvidas na oncogénese levou ao desenvolvimento de terapias direcionadas, como inibidores de recetores hormonais ou inibidores de enzimas envolvidas na produção de hormonas, melhorando assim as opções de tratamento e o prognóstico de doentes oncológicos.

Imagem – Joana Simões na ‘Conversa One Health’ realizada, no ICBAS, no dia 18 de janeiro de 2024. Créditos: Sofia A. Costa Lima.

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A visão One Health na doença diarreica em África

Por João Mesquita, ICBAS e Ana Machado, ICBAS

PORTO – A morte por diarreia na infância é em grande parte evitável. No entanto, o impacto da diarreia continua elevado e não totalmente caracterizado devido à complexa interação entre o ambiente, os alimentos, a água e o saneamento, relevando as múltiplas visões do One Health, particularmente em África. Uma proporção significativa de casos pode ser prevenida por meio da vacinação, água potável, saneamento e higiene. Apesar disso, dados dos últimos anos reportam que a diarreia é responsável pela morte de cerca de 90% das crianças com menos de cinco anos na África subsaariana. Devido à mortalidade significativa e impactos negativos a longo-prazo no crescimento e desenvolvimento associados à diarreia crónica, a redução da carga global da diarreia continua a ser uma prioridade que exige intervenções multissectoriais.

Imagem – João Mesquita e Ana Machado na ‘Conversa One Health’ realizada, no ICBAS, no dia 13 de dezembro de 2023. Créditos: Begoña Pérez-Cabezas.

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Água, conflitos e refugiados

Por Adriano A. Bordalo e Sá, ICBAS e Joana Savva Bordalo e Sá, IPO-Porto

PORTO – De todos os direitos do Homem, o acesso à água é dos mais recentes. Foi instituído pela Assembleia Geral das Nações Unidas, em 2010. No entanto, milhares de milhões de pessoas consomem água não potável, que causa doenças e mata. Infelizmente, mais de meio milhão de crianças morrem de diarreias anualmente devido ao consumo de água imprópria.

Nas situações de conflito e de guerra, a vida agrava-se. A recente invasão da faixa de Gaza é mais um doloroso exemplo a par dos conflitos no leste da Europa, Iémen, Birmânia, Sudão, Somália, Etiópia, R. D. Congo, entre outros. Sem água não há rehidratação, nem higiene, nem saúde. Na Palestina desnutrida as doenças infeciosas alastram e no Iémen a epidemia de cólera – uma doença hídrica – continua descontrolada desde 2016, tendo atingido perto de 3 milhões de pessoas, sobretudo crianças.

Em meados do ano passado havia, em todo o mundo, 110 milhões de deslocados, dos quais um terço eram refugiados, algo nunca visto. Se na Quinta do Lago ou na Califórnia cada indivíduo gasta 1000 litros de água por dia (120 em Portugal), os refugiados, quando muito, dispõem de 5 litros (meio balde), com frequência inquinada, miserabilizando ainda mais a sua vida, comprometendo as gerações futuras.

Imagem – Adriano A. Bordalo e Sá na ‘Conversa One Health’ realizada, no ICBAS, no dia 23 de novembro de 2023. Créditos: Sofia A. Costa Lima.

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Cianobactérias e seus impactos no ecossistema

Por Ivo Pinto, Estudante de Doutoramento no ICBAS | CIIMAR, UMIB

PORTO – A degradação das massas de água doce é uma preocupação constante e cada vez mais relevante. Os efeitos das alterações climáticas (aumento da temperatura média anual e eventos de seca extrema) juntamente com más práticas de uso do solo (descargas inadequadas, agricultura intensiva, entre outros) levam à eutrofização das massas de água e criam desequilíbrios no ecossistema.

Em águas superficiais eutrofizadas, as cianobactérias podem produzir uma variedade de metabolitos tóxicos que têm numerosos impactos no ecossistema (resiliência e integridade da cadeia alimentar), bem como nos serviços ecossistémicos (atividades recreativas e água para consumo).

As hepatotoxinas, um dos grupos de toxinas produzidos por esses organismos, têm como alvo o fígado e são responsáveis pela destruição da estrutura interna, podendo levar à hemorragia intra-hepática, choque hipovolémico e morte. Outro grupo de toxinas produzidas pelas cianobactérias, as neurotoxinas, atuam interrompendo a propagação normal da estimulação nervosa aos músculos, resultando em paralisia muscular e possível morte por insuficiência respiratória. Também produzidas por cianobactérias, as dermatoxinas agem pelo simples contato com a pele ou mucosas do corpo, resultando em reação alérgica.

A presença crescente destas toxinas no ambiente é motivo de preocupação, pois afetam o bem-estar humano, animal e a biodiversidade. Além disso, estas toxinas são bioacumuláveis e podem ser bioamplificadas ao longo da cadeia alimentar, podendo atingir os seres humanos que consomem organismos portadores de toxinas. Isto pode representar um risco para a segurança alimentar.

Como roteiro para a aplicação da abordagem One Health ao ecossistema, a fim de prevenir potenciais riscos, a vigilância e a partilha de informação sobre estas toxinas são essenciais para garantir a deteção precoce e a adoção de procedimentos preventivos. Em última análise, esta estratégia integrada irá garantir a utilização e gestão sustentável das massas de água, bem como da área envolvente, protegendo a saúde humana, animal e do ambiente.

Imagem – Espuma verde de cianobactérias numa albufeira temperada portuguesa. Créditos: Ivo Pinto

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Malária – não há solução sem One Health

Por Begoña Pérez-Cabezas, ICBAS

PORTO – A malária é uma doença causada pelo parasita Plasmodium, que é transmitido pela picada de mosquitos infetados da espécie Anopheles. Embora seja prevenível e geralmente tratável, estima-se que houve 247 milhões de casos de malária e 619.000 mortes por malária em todo o mundo em 2021. O continente mais afetado foi África, com 95% dos casos e 96% das mortes por malária. As crianças com menos de 5 anos de idade representaram cerca de 80% das mortes por esta doença no mesmo continente. A malária também traz consequências para a economia, a educação e a equidade, prejudicando o desenvolvimento das comunidades afetadas.

Embora haja uma vacina contra a malária aprovada e a ser implementada, a sua eficácia é modesta e de curta duração. Além disso, já foi confirmada a resistência a drogas antimaláricas em algumas das espécies do parasita. Assim, as ferramentas de controlo dos vetores são cruciais para prevenir infeções e para reduzir a transmissão da doença. Para atuar ao nível do vetor, é fundamental entender a ecologia dos mosquitos Anopheles e as condições ambientais que contribuem para a disseminação desta espécie e, consequentemente, da doença. Aumentar a literacia da população sobre este tema também é essencial para melhorar a prevenção.

As principais intervenções contra o mosquito são mosquiteiras tratadas com inseticida e pulverização de espaços internos. No entanto, também estão a surgir resistências a inseticidas entre os mosquitos. Outras ameaças para estas medidas são o acesso limitado, a perda de redes devido a danos e mudanças de comportamento dos mosquitos, que parecem picar antes das pessoas se deitarem. O aumento das temperaturas relacionado com as alterações climáticas também estão a deslocar os mosquitos para altitudes mais altas e para mais longe do Equador. Isto expande o alcance da malária, o que pode ser devastador para aqueles países que não estão preparados para conviver com a doença.

One Health é essencial para lidar com doenças transmitidas por vetores, como a malária. Para enfrentar os desafios relacionados com este tipo de doenças, a abordagem deve ser apoiada por vários stakeholders e integrar também as comunidades. Melhorar os métodos de vigilância e a partilha de informação é fundamental para garantir a deteção precoce (resistência a medicamentos e inseticidas, presença de mosquitos, mudanças de comportamento) e para adaptar, assim, as políticas de prevenção e de tratamento.

Créditos de imagem: Pixabay

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Nano for One Health – a nanomedicina na profilaxia e tratamento de zoonoses

Por Sofia Costa Lima, ICBAS

PORTO – As doenças zoonóticas emergentes são um dos principais desafios ao conceito “One Health”. As zoonoses são doenças infeciosas transferidas dos animais para os seres humanos. Atualmente, o tratamento e o diagnóstico das infeções zoonóticas são difíceis devido a mutações genéticas, modificações do local-alvo e resistência a vários medicamentos. De facto, o aumento do nível de resistência aos agentes antimicrobianos entre as espécies bacterianas constitui um grande desafio para a saúde humana e animal, bem como para a vida no futuro.

São urgentes novas abordagens de gestão para melhorar as medidas profiláticas, assegurar um diagnóstico rápido e terapias eficazes contra as bactérias resistentes. Neste contexto, os nanomateriais estão a transformar a medicina graças às suas capacidades versáteis para dispositivos de diagnóstico e para tratamentos de zoonoses através da administração direcionada e controlada de medicamentos antimicrobianos. A dimensão nanométrica dos materiais permite uma entrada fácil nas células dos organismos vivos. Além disso, os nanomateriais podem ter um papel protetor, impedindo a degradação do fármaco encapsulado ou do agente antimicrobiano devido às propriedades de proteção destes materiais, controlando e direcionando a sua libertação para os tecidos doentes, reduzindo os efeitos secundários adversos nos tecidos saudáveis. As aplicações de nanomateriais como vacinas ou sistemas de administração de medicamentos, direcionando agentes terapêuticos no combate a doenças zoonóticas, reforçam o desenvolvimento bem sucedido de estratégias de controlo das infeções. Recentemente, foram propostas novas abordagens baseadas na nanotecnologia com propriedades antimicrobianas, para a separação de agentes patogénicos ou como material de diagnóstico. A aplicação da nanotecnologia pode trazer novas oportunidades para combater as infeções zoonóticas.

Créditos de imagem: iStockphotos

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A abordagem One Health em África

Por Adriano A. Bordalo e Sá, ICBAS

PORTO – O conceito transdisciplinar One Health permite compreender questões de saúde complexas que afectam pessoas, animais, plantas e o ambiente. Na realidade, todas estas áreas estão interligadas e é imperioso abandonarmos a ideia “os humanos primeiro” a favor de uma abordagem holística de que todos os seres vivos têm um papel na Biosfera.

África é considerado o continente mais pobre do Planeta. Uma em cada duas pessoas na África subsariana vive abaixo da linha de pobreza, sendo os serviços de saúde humanos e veterinários, se existentes, básicos. No entanto, isto é uma oportunidade para lançar pontes entre as pessoas, animais, plantas e os respectivos ambientes. Hoje, cerca de 60% da população é rural, sendo a relação com os diferentes seres vivos mais intensa. Em certas partes do continente, os planos de vacinação infantil e animal correm em paralelo. Em doentes com febre é despistada a brucelose nas zonas de forte implementação pecuária em paralelo com a habitual malária e febre tifoide, em colaboração com os serviços veterinários.

A emergência de doenças infecciosas e a re-emergência de outras, tendo animais como reservatórios ou vectores, irá aumentar no futuro próximo. O avanço do deserto do Sahara para sul, a alteração do panorama agroecológico de África, incluindo a desflorestação, os conflitos armados, a migração para as cidades onde o acesso à água e saneamento, assim como a segurança alimentar não estão assegurados, reduz o estado de saúde de populações inteiras. Na realidade, cólera, sarampo, doenças hemorrágicas víricas, malária e meningite, estão no topo da lista de epidemias, expondo ainda mais a vulnerabilidade dos serviços locais de saúde.

África adoptou o conceito One Health como uma ferramenta destinada à vigilância, prevenção, controle e prontidão para o combate à doença. No entanto, apesar de todos os claros avanços dos últimos anos, há ainda enormes lacunas, associadas à falta de financiamento, pouca sensibilidade dos decisores políticos, recursos humanos e materiais insipientes e literacia do público em geral. No entanto, One Health é a abordagem correcta para enfrentar os problemas de saúde que afligem a Biosfera, incluindo os humanos.

Nota: o autor escreve de acordo com a grafia antiga.

Conferência One Health em Bissau, África Ocidental, Maio 2022. Créditos de imagem: Adriano A. Bordalo e Sá.

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Proteger a biodiversidade: a base para One Health

Por Begoña Pérez-Cabezas, ICBAS

PORTO – A Biodiversidade refere-se a todas as espécies vivas (e as suas interações) que habitam a Terra, incluindo plantas, animais, bactérias e fungos. Quando preservada, a biodiversidade forma ecossistemas equilibrados que são a base para um planeta sustentável. A qualidade dos ecossistemas traduz-se na qualidade do ar que respiramos, dos alimentos que comemos e da água que bebemos.

As plantas são essenciais para a produção de oxigênio e para a absorção de poluentes atmosféricos. Os insetos são a base de muitas cadeias alimentares e chave para o processo de polinização e para a dispersão de sementes. Os recifes de corais e os manguezais protegem de ciclones e tsunamis, pois fazem com que as ondas quebrem no mar, para além de absorverem a energia das ondas.

No entanto, a Biodiversidade está em perigo devido à atividade humana que perturba os ecossistemas. À medida que a população humana aumenta, as áreas selvagens são usadas para criar terras agrícolas, habitações e zonas industriais. A poluição, a caça e a pesca insustentáveis, a extração de água e o comércio global são outras das principais ameaças ao equilíbrio da vida no nosso planeta. A perda de espécies é um processo irreversível e acredita-se que a taxa de extinção agora seja cerca de 1.000 vezes maior do que antes dos humanos dominarem o planeta.

O aumento das áreas protegidas e o uso sustentável das áreas não protegidas são essenciais para a manutenção da biodiversidade. Mas a proteção dos ecossistemas também está nas mãos de cada um de nós. A maioria dos territórios são explorados para a produção de gado, soja, óleo de palma ou madeira. Reduzir o consumo desses produtos, optar por opções sustentáveis e diminuir o desperdício de bens de consumo impactam positivamente na preservação da biodiversidade.

Créditos de imagem: Scotty Turner, Unsplash.

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Gripe das aves – como a iniciativa One Health é importante!

Por Sofia Costa Lima, ICBAS

PORTO – O vírus da gripe das aves está a propagar-se em África, Ásia, Europa e América. Este é um vírus contagioso do tipo A que pode infetar e matar aves de capoeira (tais como galinhas, patos domésticos, faisões, perus, codornizes, entre outros) e aves selvagens (incluindo aves migratórias). Desde outubro de 2021, vários surtos têm surgido, atingindo novas áreas geográficas e causando impactos devastadores na saúde e bem-estar animal. A gripe das aves pode ocasionalmente ser transmitida ao homem e a outros mamíferos. Esta infeção representa um risco global para a segurança alimentar e saúde animal, e nos meios de subsistência dos avicultores. E, constituem também uma ameaça para a vida selvagem nos animais marinhos e terrestres. Além de perturbar os surtos de ecologia local, prejudica a biodiversidade.

As aves migratórias são o reservatório natural para o vírus da gripe das aves. As alterações climáticas estão a influenciar as rotas migratórias, dadas as alterações sazonais. Agora, as populações de aves migratórias estão a interagir umas com as outras, aumentando as probabilidades de novas variantes de vírus. Um programa de vigilância para monitorizar a evolução e diversidade de variantes é crucial para prevenir a saúde animal, ambiental e humana. Abordar o vírus da gripe das aves requer uma estratégia de saúde única.

Agora, mais do que nunca, os governos precisam de investir em abordagens locais e globais, que se concentrem na interface saúde animal/ humana/ambiental, de modo a permitir a comunicação e respostas de preparação para os desafios atuais e futuros.

Créditos de imagem: Sofia Lima

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Um olhar One Health sobre os efeitos patogénicos dos poluentes atmosféricos

Por Luísa Azevedo, ICBAS

PORTO – É bem conhecido de todos que muitas doenças crónicas aparecem como consequência da exposição a elementos mutagénicos o ar, água e solo, podendo levar a doenças graves. O cancro é, talvez, o caso mais conhecido de uma doença em que a exposição ambiental tem um efeito mais notável. Mas o cancro está longe de ser o único exemplo, uma vez que a poluição também pode aumentar o risco de muitas outras doenças. Entre eles estão problemas respiratórios crónicos, doenças de pele e doenças cardiovasculares. Como todos dividimos o mesmo ambiente, o efeito patogénico dos poluentes também pode afetar os animais, como por exemplo, os nossos animais de companhia. Nesse cenário, como adotar uma abordagem One Health para prevenir o impacto nocivo da exposição ambiental?

Tomando a poluição do ar como exemplo, uma maneira simples pode ser refletir sobre as escolhas quotidianas que fazemos, como por exemplo na forma como nos deslocamos. A maioria de nós utiliza o automóvel, mas podemos optar pelo uso de transportes públicos, bicicleta ou andar a pé, sempre que possível, de forma a contribuir para a redução da emissão de poluentes. Desta forma, estamos a contribuir para a saúde ambiental e para o impacto positivo na redução do risco de doenças agudas e crónicas mediadas pela qualidade do ar, tanto em humanos quanto em animais.

Créditos de imagem: Luísa Azevedo

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