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Terapias celulares e dispositivos médicos para Medicina Regenerativa: da Medicina Veterinária ao Homem

O grupo de investigação evidencia uma atividade forte e de referência na Medicina Regenerativa e na Engenharia de Tecidos como áreas críticas da Biomedicina e da Biotecnologia na perspetiva de Uma só Saúde. Os principais projetos de investigação centram-se na regeneração de tecidos, associando biomateriais inovadores a células estaminais autólogas/ alogénicas/ xenogénicas, de origem extra-fetal, como o sangue e a matriz do cordão umbilical, a medula óssea, a membrana sinovial e a polpa dentária.

Existe estreita colaboração com as indústrias farmacêutica e de biotecnologia médica, trabalhando como parceiras, para desenvolvimento de produtos, proteção de propriedade intelectual, validação em diferentes modelos animais, e na futura aplicação clínica. Excelentes exemplos de projetos específicos com a Indústria são: 1) Regeneração de tecido neuromuscular – uma abordagem integrativa; 2) Hidrogéis híbridos nano-estruturados e substitutos ósseos sintéticos: hidrogéis injetáveis ​​multifuncionais para regeneração óssea; 3) Desenvolvimento de atividades terapêuticas moleculares e celulares para Aplicações Clínicas Veterinárias e Humanas; 4) Ensaios pré-clínicos e clínicos de terapias baseadas em células e dispositivos médicos para aplicações clínicas Veterinárias e Humanas.

A equipa multidisciplinar, que inclui Médicos Veterinários, Engenheiros, Biólogos, Médicos que através da Cirurgia Experimental, têm um papel crucial no desenvolvimento de biomateriais/ dispositivos médicos e terapias celulares, permite uma partilha de conhecimento entre desenvolvimento de biomateriais e de sistemas celulares, necessidades clínicas, assim como uma vasta experiência no desenvolvimento de medicamentos de terapia avançada (ATMP) do ponto de vista da bioindústria, com uma visão clara do que é necessário em termos regulatórios para alcançar uma produção final translacional para Animais e Humanos.

O grupo é responsável por inúmeras publicações científicas, formação avançada e por 3 produtos já presentes no mercado (terapias celulares de polpa dentária e geleia Whärton e substituto ósseo sintético) e uma patente internacional – Regenera, em fase final de prova-de-conceito para aplicação clínica em cavalos e animais de companhia.

Para saber mais:

Aplicação do Bonelike® como enxerto ósseo sintético em cirurgia ortopédica e oral em casos clínicos veterinários

Perfis de fatores metabolómicos e bioativos de células estaminais mesenquimatosas: uma análise comparativa sobre o secretoma de células estaminais mesenquimatosas de cordão umbilical e da polpa dentária

Contacto: Professora Ana Colette Maurício (acmauricio@icbas.up.pt)

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Bem-estar, qualidade e segurança do pescado

O pescado é um dos grupos de alimentos cujo consumo é mais incentivado pelos nutricionistas atuais, em resultado dos seus reconhecidos benefícios para a saúde humana. Sendo um alimento do futuro, para além da sustentabilidade, importa aprofundar os métodos de avaliação da sua qualidade e da sua segurança alimentar.

A investigação em curso no Laboratório de Tecnologia do Pescado do Departamento de Produção Aquática do ICBAS incide sobretudo no desenvolvimento de novos métodos sensoriais, químicos e microbiológicos para avaliação da frescura do pescado e identificação da sua origem e autenticidade. São também investigadas medidas para avaliar e melhorar o bem-estar animal em aquacultura e a gestão e aproveitamento dos desperdícios da sua produção.

Na análise sensorial, têm sido criadas novas tabelas no âmbito do ‘Quality Index Method’, para várias espécies aquáticas com relevância em Portugal.

Na área da química foram realizados trabalhos para caraterização nutricional e toxicológica (mercúrio) de espécies do topo da cadeia alimentar, presumivelmente mais problemáticas.

Na microbiologia têm sido feitos estudos de caraterização da microflora do pescado, bem como o desenvolvimento de novas técnicas microbiológicas para caraterização e identificação da origem de espécies de aquacultura.

A gestão de desperdícios tem incidido na identificação de fontes, caraterização dos resíduos e na sua utilização como ingredientes em alimentos compostos para animais, sobretudo de aquacultura.

O trabalho tem incluído também a caraterização do bem-estar animal em peixes de aquacultura, sobretudo métodos de abate e melhoria da sua eficácia.

Na área da certificação, foi efetuada uma listagem de sistemas internacionais de certificação de produtos aquáticos e dos principais produtos, e é dado apoio, a empresas da área do pescado, na criação deste tipo de sistemas para os produtos portugueses.

Um ambiente equilibrado e com saúde permite o crescimento de seres aquáticos também saudáveis, que farão parte de uma alimentação adequada, proporcionando saúde aos animais e aos seres humanos, confirmando a moderna visão de Uma Saúde que todos queremos para o nosso mundo no futuro.

Para saber mais:

Método do Índice de Qualidade (QIM) para avaliação da qualidade do pescado: aplicações, limites e tendências futuras

Composição elementar do músculo do peixe-espada

Contacto: Professor Paulo Vaz-Pires (vazpires@icbas.up.pt)

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A ecologia das resistências aos antimicrobianos

A microbiologia tem dado um contributo decisivo para o desenvolvimento da perspetiva One Health, particularmente quando combinada com as avançadas ferramentas de genómica microbiana. Através delas, podemos investigar surtos (e.g. Salmonella spp., Campylobacter jejuni), vigiar variantes de microrganismos patogénicos ou compreender a circulação global de bactérias e genes de resistência entre o bioma humano, animal e ambiental. De facto, as espécies bacterianas que mais nos preocupam em termos de resistência (ESKAPE*) têm em comum três características: (i) conseguem colonizar mais do que uma espécie animal, (ii) comportam-se maioritariamente como comensais (i.e., são capazes de colonizar o intestino ou a pele de humanos e animais sem lhes causar qualquer doença) e (iii) têm uma ecorresistência notável, podendo sobreviver em superfícies inertes, no solo ou na água durante muito tempo. Conseguem, por isso, “viajar” entre diversos hospedeiros, demonstrando que sem uma visão holística não seremos capazes de as conter.

Ao abrigo desta perspetiva, o Laboratório microLAB do Departamento de Produção aquática do ICBAS – em colaboração com empresas, instituições e outros grupos de investigação – tem vindo a estudar:

1. A presença de Enterobacteriaceae multirresistentes em diferentes populações animais (frangos, gaivotas, aves de rapina, lobos, bivalves, ouriços-do-mar, coelhos, cães e gatos), em humanos (donos de animais de estimação) e no ambiente (estações de tratamento de águas residuais, rios, praias, lagos e fontenários da cidade);

2. A atividade antibacteriana de centenas de compostos químicos isolados em cianobactérias e fungos marinhos ou modificados/gerados por processos de síntese química, providenciados por grupos de investigação colaboradores;

3. A proximidade filogenética entre bactérias isoladas em humanos e bactérias obtidas em comboios e autocarros (Staphylococcus aureus resistentes à meticilina-MRSA) ou em frangos e cães (Campylobacter jejuni).

*Enterococcus faecium, Staphylococcus aureus, Klebsiella pneumoniae, Acinetobacter baumannii, Pseudomonas aeruginosa, Enterobacter spp.

Para saber mais:

A Neofiscalina A e Fiscalina C são alcalóides indólicos com potencial terapêutico para tratar infecções bacterianas Gram-positivas multirresistentes

Campylobacter jejuni em diferentes populações caninas: características e potencial zoonótico

Atividade antimicrobiana e potencial de uma biblioteca de Tioxantonas como inibidores da bomba de efluxo

Contacto: Professor Paulo Martins da Costa (pmcosta@icbas.up.pt)

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