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Diretor do ICBAS entrevistado sobre conceito One Health

O ‘One Health’ (Uma Saúde) não é conceito novo, mas ganhou outro significado com a pandemia por COVID-19.

Sabe-se que a hipótese mais plausível para a atuação mundial de um vírus que nunca tinha afetado os humanos é este ter sido passado por um animal, tal como 75% das infecções que nos atingem. Mas a relação entre animais, humanos e meio ambiente não se esgota nas doenças infecciosas e tem levado diversas entidades, como o SNS francês, a investir em novos modos de investigar e de precaver a saúde.

O Instituto de Ciências Biomédicas Abel Salazar (ICBAS), no Porto, estuda esta ‘saúde global’ há quatro anos, e em várias frentes. Já com várias investigações em curso, introduziu a cadeira ‘One Health’ em todos os cursos e é a única faculdade em vias de criar um mestrado focado nesta nova forma de ver a saúde.

Pelo trabalho desenvolvido, o diretor do ICBAS foi o único português ouvido no Parlamento Europeu para falar do conceito e de como poderá ser aplicado.

Henrique Cyrne Carvalho é médico cardiologista e diretor do Instituto de Ciências Biomédicas Abel Salazar. Foto: Rui Duarte Silva (Expresso).

Ao Expresso, Henrique Cyrne Carvalho, garante que pensar a saúde humana sem a descolar da saúde animal e ambiental terá de dominar as estratégias de investigação, de formação e de política do futuro.

Leia a entrevista na íntegra aqui.

Fonte: Expresso.

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Proteger a biodiversidade: a base para One Health

Por Begoña Pérez-Cabezas, ICBAS

PORTO – A Biodiversidade refere-se a todas as espécies vivas (e as suas interações) que habitam a Terra, incluindo plantas, animais, bactérias e fungos. Quando preservada, a biodiversidade forma ecossistemas equilibrados que são a base para um planeta sustentável. A qualidade dos ecossistemas traduz-se na qualidade do ar que respiramos, dos alimentos que comemos e da água que bebemos.

As plantas são essenciais para a produção de oxigênio e para a absorção de poluentes atmosféricos. Os insetos são a base de muitas cadeias alimentares e chave para o processo de polinização e para a dispersão de sementes. Os recifes de corais e os manguezais protegem de ciclones e tsunamis, pois fazem com que as ondas quebrem no mar, para além de absorverem a energia das ondas.

No entanto, a Biodiversidade está em perigo devido à atividade humana que perturba os ecossistemas. À medida que a população humana aumenta, as áreas selvagens são usadas para criar terras agrícolas, habitações e zonas industriais. A poluição, a caça e a pesca insustentáveis, a extração de água e o comércio global são outras das principais ameaças ao equilíbrio da vida no nosso planeta. A perda de espécies é um processo irreversível e acredita-se que a taxa de extinção agora seja cerca de 1.000 vezes maior do que antes dos humanos dominarem o planeta.

O aumento das áreas protegidas e o uso sustentável das áreas não protegidas são essenciais para a manutenção da biodiversidade. Mas a proteção dos ecossistemas também está nas mãos de cada um de nós. A maioria dos territórios são explorados para a produção de gado, soja, óleo de palma ou madeira. Reduzir o consumo desses produtos, optar por opções sustentáveis e diminuir o desperdício de bens de consumo impactam positivamente na preservação da biodiversidade.

Créditos de imagem: Scotty Turner, Unsplash.

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Diretor do ICBAS participa em audição pública no Parlamento Europeu

No passado dia 28 de fevereiro de 2023, o diretor do ICBAS, Professor Henrique Cyrne Carvalho, participou numa audição pública sobre One Health no Parlamento Europeu, em Bruxelas.

A sessão “Special Committee on the COVID-19 pandemic: lessons learned and recommendations for the future”, teve como objetivo debater a ligação entre a perda acelerada da biodiversidade e a disseminação de zoonoses como a COVID-19, bem como os seus impactos na saúde humana. O objetivo desta audição foi reunir contributos sobre como a União Europeia pode implementar a abordagem de Uma Saúde nas suas políticas.

O Prof. Henrique Cyrne Carvalho na sessão “Special Committee on the COVID-19 pandemic: lessons learned and recommendations for the future”.

Para o Prof. Henrique Cyrne “Esta foi uma oportunidade única de podermos partilhar o plano de ação que temos em curso no ICBAS para o One Health e, acima de tudo, para contribuirmos com a nossa ação local para a reflexão sobre a implementação de ações de impacto global, nomeadamente através da União Europeia”. 

Veja e ouça a sessão completa aqui.
 

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Exposição de Fotografia ‘Perspetiva(s) sobre Uma Saúde’ na Câmara Municipal de Alcochete

Esta é uma seleção de imagens que retratam a visão integrada da Saúde que o ICBAS tem vindo a promover, resultado do concurso de fotografia homónimo que decorreu nos meses de março e abril de 2022.

O concurso de fotografia ‘Perspetiva(s) sobre Uma Saúde‘ pretendeu promover a divulgação do conceito na comunidade académica U. Porto. Foram recebidas cerca de 250 imagens, das quais, o ICBAS, juntamente com o Instituto Português de Fotografia (IPF), parceiro neste projeto, selecionaram 20 fotografias para uma exposição itinerante que passou em vários locais da cidade do Porto.

A exposição pode ser visitada agora, pela primeira vez, fora do Porto, na Galeria Municipal da Câmara Municipal de Alcochete, entre 6 e 27 de abril de 2023 (Paços do Concelho – Largo de São João 5 – Alcochete). A entrada é gratuita.

Esta exposição constitui uma oportunidade para promover uma reflexão conjunta sobre o conceito Uma Saúde, bem como alertar a sociedade civil para o impacto que todos temos na saúde dos humanos, dos animais e do ambiente.

Mais informações aqui.

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Gripe das aves – como a iniciativa One Health é importante!

Por Sofia Costa Lima, ICBAS

PORTO – O vírus da gripe das aves está a propagar-se em África, Ásia, Europa e América. Este é um vírus contagioso do tipo A que pode infetar e matar aves de capoeira (tais como galinhas, patos domésticos, faisões, perus, codornizes, entre outros) e aves selvagens (incluindo aves migratórias). Desde outubro de 2021, vários surtos têm surgido, atingindo novas áreas geográficas e causando impactos devastadores na saúde e bem-estar animal. A gripe das aves pode ocasionalmente ser transmitida ao homem e a outros mamíferos. Esta infeção representa um risco global para a segurança alimentar e saúde animal, e nos meios de subsistência dos avicultores. E, constituem também uma ameaça para a vida selvagem nos animais marinhos e terrestres. Além de perturbar os surtos de ecologia local, prejudica a biodiversidade.

As aves migratórias são o reservatório natural para o vírus da gripe das aves. As alterações climáticas estão a influenciar as rotas migratórias, dadas as alterações sazonais. Agora, as populações de aves migratórias estão a interagir umas com as outras, aumentando as probabilidades de novas variantes de vírus. Um programa de vigilância para monitorizar a evolução e diversidade de variantes é crucial para prevenir a saúde animal, ambiental e humana. Abordar o vírus da gripe das aves requer uma estratégia de saúde única.

Agora, mais do que nunca, os governos precisam de investir em abordagens locais e globais, que se concentrem na interface saúde animal/ humana/ambiental, de modo a permitir a comunicação e respostas de preparação para os desafios atuais e futuros.

Créditos de imagem: Sofia Lima

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Um olhar One Health sobre os efeitos patogénicos dos poluentes atmosféricos

Por Luísa Azevedo, ICBAS

PORTO – É bem conhecido de todos que muitas doenças crónicas aparecem como consequência da exposição a elementos mutagénicos do ar, água e solo, podendo levar a doenças graves. O cancro é, talvez, o caso mais conhecido de uma doença em que a exposição ambiental tem um efeito mais notável. Mas o cancro está longe de ser o único exemplo, uma vez que a poluição também pode aumentar o risco de muitas outras doenças. Entre eles estão problemas respiratórios crónicos, doenças de pele e doenças cardiovasculares. Como todos dividimos o mesmo ambiente, o efeito patogénico dos poluentes também pode afetar os animais, como por exemplo, os nossos animais de companhia. Nesse cenário, como adotar uma abordagem One Health para prevenir o impacto nocivo da exposição ambiental?

Tomando a poluição do ar como exemplo, uma maneira simples pode ser refletir sobre as escolhas quotidianas que fazemos, como por exemplo na forma como nos deslocamos. A maioria de nós utiliza o automóvel, mas podemos optar pelo uso de transportes públicos, bicicleta ou andar a pé, sempre que possível, de forma a contribuir para a redução da emissão de poluentes. Desta forma, estamos a contribuir para a saúde ambiental e para o impacto positivo na redução do risco de doenças agudas e crónicas mediadas pela qualidade do ar, tanto em humanos quanto em animais.

Créditos de imagem: Luísa Azevedo

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