Na Europa, a população de animais de companhia tem vindo a aumentar, sendo que, em 2020, se contabilizaram cerca de 90 milhões de cães, em 56 milhões de agregados familiares. Já em Portugal, cerca de 38% das famílias possuíam cães como animais de companhia, totalizando uma população de cerca de 2 milhões de animais. Assim, à semelhança da Europa, os lares portugueses têm já mais animais de companhia do que crianças, sendo estes considerados elementos ativos da família.
A crescente humanização dos animais de companhia tem exacerbado a preocupação dos tutores com a qualidade e a segurança alimentar, assim como com o impacto da alimentação no bem-estar e na saúde dos animais. Com efeito, os tutores procuram, cada vez mais, alimentos compostos completos que assegurem a satisfação das necessidades nutricionais e que, concomitantemente, tenham efeitos funcionais, mormente na promoção da saúde, no bem-estar e na longevidade. Acresce que o aumento da produção de alimentos compostos para fazer face ao aumento da população animal representa um impacto ambiental que não pode ser negligenciado.
Todas estas alterações têm contribuído para a necessidade de desenvolver novas estratégias alimentares, assim como identificar novos ingredientes mais sustentáveis dos pontos de vista ambiental, económico e social e com qualidades funcionais. O Laboratório de Ciência Animal, do ICBAS, tem desenvolvido vários projetos no sentido de encontrar estratégias alimentares mais sustentáveis que contribuam para a promoção da saúde, do bem-estar e da longevidade com qualidade, quer de cachorros, quer de cães adultos, em direção ao desafio societal de Uma Saúde.
Para saber mais:
– Composição mineral de alimentos secos para cães: impacto na nutrição e potencial toxicidade
– Efeitos do zinco e da adição de enzimas na microbiota fecal de cães
Contacto: Professora Ana Rita Cabrita (arcabrita@icbas.up.pt)