Os seres humanos e outros animais requerem a ingestão de uma certa quantidade de iodo, um nutriente necessário para o funcionamento regular da tiroide, uma glândula que regula o metabolismo do corpo.
Alimentos e, eventualmente, água, e respirar o ar costeiro rico em iodo são as fontes naturais deste nutriente. Peixe, lacticínios e algas costumavam ser suficientes para cobrir as nossas necessidades. No entanto, o novo paradigma nutricional no mundo desenvolvido favorece a ingestão de alimentos pobres em iodo. A deficiência de iodo, principalmente durante a gravidez e nos primeiros anos de vida, pode comprometer o desenvolvimento físico e mental das crianças.
A iodização do sal é a maneira mais barata, sustentável e universal de lidar com o problema durante a nossa vida. O processo começou há um século na Suíça. Na Europa Ocidental, o uso obrigatório não é generalizado e a deficiência pode atingir níveis preocupantes. Em África, devido à contribuição da Comunidade Internacional, os alunos são regularmente complementados. A maneira de verificar os níveis de iodo é por meio da análise de urina. No entanto, níveis baixos ou altos de iodo levam à mesma doença – bócio. Portanto, a ingestão diária correta por crianças e adultos, incluindo mulheres grávidas, é imprescindível para resolver a deficiência de iodo em todo o mundo.
O Laboratório de Hidrobiologia e Ecologia do ICBAS avalia, na Guiné-Bissau (e não só), a suficiência de iodo em urina humana através de um método certificado para o efeito. Este trabalho é essencial para identificar a carência de iodo e lidar com as consequências da mesma.
Para saber mais:
– Bócio endémico e deficiência de iodo em crianças em idade escolar na Guiné-Bissau
– O sal marinho não fortificado pode cobrir às necessidades humanas de iodo?
Contacto: Professor Adriano A. Bordalo (bordalo@icbas.up.pt)