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ICBAS lidera projeto “One Health” para a utilização segura de antimicrobianos

O projeto USAM SULEI vai aplicar mais de 850 mil euros na promoção da utilização segura de antimicrobianos na produção de suínos e de leite bovino.

Monitorizar, sensibilizar e disponibilizar informação sobre boas práticas associadas à utilização segura de antimicrobianos na produção de suínos e de leite bovino é o que se pretende com o projeto USAM SULEI, liderado pelo Instituto de Ciências Biomédicas Abel Salazar (ICBAS) da Universidade do Porto e cofinanciado pela União Europeia através do Plano de Recuperação e Resiliência (PRR).

Para o investigador principal do projeto e docente do ICBAS, João Niza Ribeiro, o financiamento recebido – superior a 850 mil euros – vai permitir o desenvolvimento e implementação de um sistema integrado online (plataforma web) de apoio à decisão na utilização de antimicrobianos, destinado a médicos veterinários e produtores, com vista a reduzir de forma sustentada os consumos de antibióticos nas explorações de suínos e na bovinicultura leiteira”.

Leia a notícia completa aqui.

Fonte: Notícias UP; Imagem: Amber Kipp via unsplash.

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Investigação

A ecologia das resistências aos antimicrobianos

A microbiologia tem dado um contributo decisivo para o desenvolvimento da perspetiva One Health, particularmente quando combinada com as avançadas ferramentas de genómica microbiana. Através delas, podemos investigar surtos (e.g. Salmonella spp., Campylobacter jejuni), vigiar variantes de microrganismos patogénicos ou compreender a circulação global de bactérias e genes de resistência entre o bioma humano, animal e ambiental. De facto, as espécies bacterianas que mais nos preocupam em termos de resistência (ESKAPE*) têm em comum três características: (i) conseguem colonizar mais do que uma espécie animal, (ii) comportam-se maioritariamente como comensais (i.e., são capazes de colonizar o intestino ou a pele de humanos e animais sem lhes causar qualquer doença) e (iii) têm uma ecorresistência notável, podendo sobreviver em superfícies inertes, no solo ou na água durante muito tempo. Conseguem, por isso, “viajar” entre diversos hospedeiros, demonstrando que sem uma visão holística não seremos capazes de as conter.

Ao abrigo desta perspetiva, o Laboratório microLAB do Departamento de Produção aquática do ICBAS – em colaboração com empresas, instituições e outros grupos de investigação – tem vindo a estudar:

1. A presença de Enterobacteriaceae multirresistentes em diferentes populações animais (frangos, gaivotas, aves de rapina, lobos, bivalves, ouriços-do-mar, coelhos, cães e gatos), em humanos (donos de animais de estimação) e no ambiente (estações de tratamento de águas residuais, rios, praias, lagos e fontenários da cidade);

2. A atividade antibacteriana de centenas de compostos químicos isolados em cianobactérias e fungos marinhos ou modificados/gerados por processos de síntese química, providenciados por grupos de investigação colaboradores;

3. A proximidade filogenética entre bactérias isoladas em humanos e bactérias obtidas em comboios e autocarros (Staphylococcus aureus resistentes à meticilina-MRSA) ou em frangos e cães (Campylobacter jejuni).

*Enterococcus faecium, Staphylococcus aureus, Klebsiella pneumoniae, Acinetobacter baumannii, Pseudomonas aeruginosa, Enterobacter spp.

Para saber mais:

A Neofiscalina A e Fiscalina C são alcalóides indólicos com potencial terapêutico para tratar infecções bacterianas Gram-positivas multirresistentes

Campylobacter jejuni em diferentes populações caninas: características e potencial zoonótico

Atividade antimicrobiana e potencial de uma biblioteca de Tioxantonas como inibidores da bomba de efluxo

Contacto: Professor Paulo Martins da Costa (pmcosta@icbas.up.pt)

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