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ICBAS comemora ‘2nd Porto One Health Day’

Evento agendado para o Dia Internacional Uma Saúde (3 de novembro) vai reunir especialistas das mais variadas áreas para promover o debate sobre a abordagem holística da Saúde.

No próximo dia 3 de novembroDia Internacional Uma Saúde, o Instituto de Ciências Biomédicas Abel Salazar (ICBAS) da Universidade do Porto vai voltar a reunir especialistas das mais variadas áreas e instituições do país para promover o debate em torno de uma abordagem holística da Saúde.

Este ano, com um programa mais direcionado para a comunidade não científica, o 2nd Porto One Health Day reflete o esforço que a instituição tem vindo a fazer para promover e difundir o conceito One Health/Uma Saúde entre a comunidade científica, académica e a sociedade civil.

Para Henrique Cyrne Carvalho, diretor do ICBAS, este é um momento muito importante de afirmação do trabalho que o ICBAS tem vindo a desenvolver: “promover esta abordagem tem sido central na nossa estratégia, temos feito várias reuniões com especialistas das mais variadas áreas, com o objetivo de mostrar que este é o caminho para o futuro e de encontrar soluções juntos para promovermos o desenvolvimento e aplicação de soluções com vista a garantir o bem-estar de todos, a sustentabilidade do planeta e a promoção da saúde pública”.

A sessão de dia 3 de novembro vai abrir com a apresentação pública do documento ‘Novos passos para a estratégia One Health do ICBAS’, um white paper que pretende apresentar propostas concretas para o futuro.

A tarde continuará com três mesas redondas que “são do total interesse público, uma vez que abordam temas que influenciam a vida de todos”, reforça Henrique Cyrne Carvalho.

“Esses temas são extremamente atuais e passam pela alimentação, resistências antimicrobianas e promoção da saúde no envelhecimento, em sessões totalmente abertas ao público “que constituem uma oportunidade para qualquer pessoa questionar especialistas de grande qualidade sobre estas temáticas, o que aliás nos parece fundamental. Aproximar a academia da sociedade civil é essencial para vingar esta proposta”, conclui o diretor do ICBAS.

Com início marcado para as 14h00, no Salão Nobre do ICBAS/FFUP, o ‘2nd Porto One Health Day’ culminará com a inauguração, às 18h45, da exposição itinerante de fotografia “Perspetiva(s) sobre Uma Saúde”, na estação de Metro dos Aliados.

Segundo Cyrne de Carvalho, “este é o ponto alto da itinerância desta exposição [que representa várias visões sobre o conceito “One Health”), uma vez que podemos chegar a milhares de pessoas por dia, não só da nossa cidade, mas também de vários pontos do país e do mundo. O formato vai ser um pouco diferente do que tem sido até aqui, e tem por objetivo confrontar as pessoas com várias questões do dia-a-dia que têm tudo que ver com esta abordagem”.

Fonte: Notícias UP

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ICBAS e FFUP desenvolvem projeto pioneiro na área da “Biofilia”

Projeto enquadrado no conceito “One Health” visa promover a saúde e o bem-estar daqueles que frequentam o complexo das duas faculdades.

Instituto de Ciências Biomédicas Abel Salazar  (ICBAS) e a Faculdade de Farmácia da Universidade do Porto (FFUP) vão desenvolver um projeto pioneiro que, tendo por base os princípios biofílicos e enquadrado no conceito One Health, pretende promover a saúde e o bem-estar da comunidade académica.

Este é um projeto que passa pela incorporação de elementos da natureza e suas representações no complexo ICBAS/FFUP (espaços interiores e exteriores), com o objetivo de influenciar, sistemicamente, a saúde e o bem-estar dos seus usuários.

Para o diretor do ICBAS, Henrique Cyrne Carvalho, este projeto “é uma forma de materializar o conceito “One Health”, mas também de reforçar a nossa preocupação com o bem-estar de toda a comunidade”.

“É um projeto ambicioso que, através do design biofílico, trará ao complexo ICBAS/FFUP um novo ambiente e novos espaços almejando uma melhor relação da comunidade com o nosso espaço construído”, adianta o responsável.

Também Domingos Ferreira, diretor da FFUP, partilha da visão holística de saúde global, e reforça “o compromisso das instituições com o bem-estar das comunidades académicas”. Para o diretor da FFUP, “o projeto não só é ambicioso, como reforça a posição do Complexo ICBAS/FFUP como um polo inovador na promoção da saúde, do bem-estar e da integração com todas as áreas das ciências da vida”.

O que é a Biofilia?

A “Teoria da Biofilia” defende que o ser humano está biologicamente programado para se relacionar com sistemas vivos e que esta relação com a natureza é instrumental para o bem-estar e a saúde física e mental.

“Com este projeto, iremos avaliar o potencial do design biofílico enquanto ferramenta de intervenção no espaço académico visando a promoção de saúde e bem-estar”, como explica Karine Silva, investigadora no Departamento de Ciências do Comportamento do ICBAS e no ISPUP, e mentora do projeto científico.

“Apoiando-nos na Teoria da Biofilia, procuraremos criar espaços orgânicos numa paisagem árida, que promovam o relaxamento e a restauração psicológica, assim como estimulem a criatividade, a convivência e a partilha”, acrescenta.

Recorrendo a uma dinâmica participativa de “photovoice”, toda a comunidade ICBAS/FFUP será convidada a refletir sobre o conceito da Biofilia e a contribuir com sugestões para a implementação do mesmo no espaço construído ICBAS/FFUP.

As sugestões recolhidas serão sujeitas a uma análise especializada e multidisciplinar em contexto de “focus group”, e a intervenção resultante será sujeita a uma avaliação quanto ao seu impacto ao nível de um conjunto de parâmetros de saúde e bem-estar.

Karine Silva reforça a pertinência desta abordagem, no contexto pós-pandémico: “Recentemente, a pandemia por COVID-19 sublinhou de forma contundente a necessidade de uma reconfiguração da relação das pessoas com os espaços construídos, reforçando assim a potencialidade do design biofílico”:

Esta atividade é desenvolvida em parceria com o Gabinete de Apoio ao Estudante, Empregabilidade e Alumni. Segundo a coordenadora daquele organismo, Isabel Lourinho, a pandemia trouxe “um agravamento da saúde mental no contexto universitário”, motivo pelo qual “é urgente promover a literacia em saúde mental e desenvolver atividades multidisciplinares ao nível da prevenção e promoção do bem-estar”.

Este projeto, além de concretizar o conceito ‘One Health’, eleva assim o complexo ICBAS/FFUP a embaixador do design biofílico no contexto académico português, promovendo o seu reconhecimento no palco internacional enquanto agente ativo de promoção de saúde e bem-estar.

Fonte: Notícias UP

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ICBAS e CIIMAR alertam para efeitos do consumo de lítio e microplásticos

O estudo, desenvolvido por investigadores do CIIMAR e do Instituto de Ciências Biomédicas Abel Salazar (ICBAS) da Universidade do Porto, foi publicado na revista Science of the Total Environment e identifica “pela primeira vez” o aparecimento de efeitos adversos a longo prazo relacionados com o consumo combinado de lítio e microplásticos.

Os investigadores recorreram à análise de um crustáceo planctónico (Daphnia magna), vulgarmente conhecido como pulga-de-água, e concluíram que a exposição a longo prazo a concentrações de lítio e misturas de lítio e microplásticos decresceu a sua reprodução “até menos 93% e 90%”, respetivamente.

Paralelamente, a exposição a lítio reduziu a taxa de crescimento das populações da pulga-de-água em 67% e a exposição a misturas de lítio e microplásticos em 58%.

A investigadora Lúcia Guilhermino adianta que os resultados são “preocupantes” e que os efeitos da redução do zooplâncton podem ter “consequências muito graves para os ecossistemas”.

“Estes organismos [zooplâncton] representam a base das cadeias tróficas, para além de serem essenciais para manter a qualidade da água de que todos dependemos, através da sua filtração enquanto se alimentam”, observa a líder da equipa de investigação em Ecotoxicologia, Ecologia do Stress e Saúde Ambiental do CIIMAR.

Lúcia Guilhermino destaca ainda que a pulga-de-água tem um sistema nervoso “muito desenvolvido”, permitindo que os resultados obtidos no estudo possam ser “extrapolados” para outros animais, incluindo mamíferos.

O estudo serve também de “alerta para os efeitos que podem estar a ser exercidos na população humana, sobretudo em regiões ricas em lítio, zonas com elevada densidade populacional e grande utilização de dispositivos eletrónicos, e áreas industriais ou recetoras de lixo eletrónico”.

Lúcia Guilhermino, docente do ICBAS e investigadora no CIIMAR, estuda os efeitos biológicos e ecológicos de contaminantes ambientais e o seu impacto nos ecossistemas.

“Apesar da sua origem natural, o lítio é um elemento muito reativo do ponto de vista biológico”, realça Lúcia Guilhermino, lembrando que este elemento pode provocar “toxicidade em vários sistemas e órgãos, como o sistema nervoso, o fígado, os rins e o aparelho reprodutivo, através de mecanismos que ainda não estão completamente descritos”.

Também em relação aos microplásticos, a investigadora destaca que estes materiais podem “atuar como esponjas e ligar outros contaminantes, como o lítio, alterando a sua incorporação, acumulação e toxicidade”.

“Todos os organismos vivos estão simultaneamente expostos a muitos poluentes ao longo da vida, e a interação entre esses agentes químicos pode levar a efeitos tóxicos diferentes, alterando os limites de segurança previamente estabelecidos”, acrescenta Lúcia Guilhermino, que é também docente no ICBAS, onde coordena o Laboratório de Ecotoxicologia e Ecologia.

Neste momento, os investigadores estão a desenvolver estudos para avaliar as consequências resultantes das alterações climáticas globais nos efeitos a longo prazo do lítio, microplásticos e as suas misturas.

Este trabalho, que contou com a colaboração da Faculdade de Farmácia da Universidade do Porto e do CESPU — Cooperativa de Ensino Superior Politécnico e Universitário, foi cofinanciado pela Fundação para a Ciência e a Tecnologia (FCT), pelo programa Compete 2020 e pelo programa Norte 2020.

Fonte: Sapo Lifestyle

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Alimentação produz impactos na fertilidade que podem ser herdados por duas gerações

As escolhas alimentares dos pais poderão ter consequências na saúde dos filhos.

Um estudo desenvolvido por investigadores do Instituto de Ciências Biomédicas Abel Salazar (ICBAS), no Porto, concluiu que a alimentação produz impactos na fertilidade masculina que podem ser transmitidos e herdados por duas gerações.

O instituto revela que no estudo, publicado na revista “Molecular Nutrition & Food Research“, os investigadores da Unidade Multidisciplinar de Investigação Biomédica do ICBAS descreveram os biomarcadores que permitem identificar uma “memória metabólica” presente nos testículos.

As alterações são “consequência da ingestão de uma dieta rica em gordura” e podem ser herdadas por duas gerações, isto é, pai-filho-neto, tendo “implicações na fertilidade masculina”. 

Marco Alves e Luís Crisóstomo, no centro da imagem, na defesa de doutoramento do estudante do ICBAS, acompanhados pelo júri e por toda a equipa de investigação.

A equipa, liderada pelo investigador Marco Alves, já tinha determinado, em trabalhos anteriores, que a ingestão excessiva de gordura durante as primeiras fases da vida altera o conteúdo lípido e o metabolismo dos testículos, “afetando negativamente a capacidade reprodutiva durante o resto da vida” e “resultando em alterações que não são reversíveis com a mudança para uma dieta equilibrada”.

Neste estudo, realizado também em modelos animais (ratinhos), os investigadores “foram mais além” e descreveram os efeitos transgeracionais que são transmitidos pelos pais que ingerem uma dieta rica em gorduras a filhos e netos que seguiram uma dieta equilibrada. 

 “A descendência mostrou, nos testículos, uma alteração no metabolismo da colina”, isto é, um nutriente essencial para a regulação de várias funções, como a função cerebral, e o desenvolvimento de espermatozoides.

A investigação mostrou ainda alterações na atividade das mitocôndrias, nas defesas antioxidantes e na presença de vários lípidos. 

“Estas alterações promovem um ambiente pró inflamatório no testículo, alterando a contagem e a qualidade espermática”, salienta o ICBAS, notando que os efeitos transgeracionais também se observam quando a ingestão de gorduras pelo pai é apenas até à puberdade. 

Citado no comunicado, o investigador Marco Alves salienta que a reprodução “também é reflexo da dieta”. 

“As nossas escolhas alimentares vão ter consequências nos nossos filhos e, muito possivelmente, também nos nossos netos”, afirma, acrescentando que estes efeitos podem ter ainda mais impacto nos processos de reprodução assistida, uma vez que o espermatozoide é escolhido de forma aleatória e sem ter em conta biomarcadores como os identificados no estudo.

“O aumento da infertilidade está claramente associado ao aumento das doenças metabólicas (sobrepeso, obesidade e diabetes, entre outras), tendo sido esta associação já reconhecida pela Organização Mundial da Saúde”, destaca Marco Alves. 

A memória metabólica no testículo é transmitida pelas células de Sertoli, que respondem asseguram todas as necessidades estruturais e metabólicas durante o processo de formação dos espermatozoides. 

Os estímulos captados por estas células além de alterarem a sua própria expressão genética, alteram também a epigenética. 

“Conhecer estas alterações e os mecanismos de transmissão, permitirá selecionar os melhores espermatozoides e a melhor janela de tempo para realizar fertilizações in vitro, melhorando a eficiência das técnicas de reprodução assistida e abrindo novas oportunidades terapêuticas na infertilidade masculina”, acrescenta o investigador.

Além da equipa do ICBAS, o estudo contou também com investigadores da Faculdade de Farmácia da Universidade do Porto, da Universidade de Aveiro, do Instituto Politécnico da Guarda e da Associação Protetora dos Diabéticos de Portugal (APDP).

O trabalho resultou ainda de várias parcerias internacionais, incluindo a Universidade de Zagreb e a University College of London.

Fonte: CNN Portugal

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ICBAS e ISPUP lançam o site ‘Pet-OncoNet’ para proprietários de animais de companhia com cancro

O objetivo é que os donos encontrem informação “credível, rigorosa e útil”. Existem ainda dados sobre as raças de cães com maior predisposição para o desenvolvimento de tumores e formas de os detetar precocemente.

Docentes e investigadores do Instituto de Ciências Biomédicas Abel Salazar (ICBAS) e o Instituto de Saúde Pública da Universidade do Porto (ISPUP) lançaram uma plataforma online destinada a proprietários de animais de companhia com cancro, que visa facultar informação “credível” e caracterizar fatores de risco associados ao desenvolvimento da doença.

Em declarações à Lusa, Kátia Pinello, docente no ICBAS e investigadora do ISPUP, esclareceu que o website, intitulado ‘Pet-OncoNet’, surge da lógica de ‘Uma Saúde’ (‘One Health’ em inglês) e da necessidade de preencher “uma lacuna de conhecimento nesta área”.

“Sentimos que os tutores se sentem perdidos ao lidar com o diagnóstico de cancro nos companheiros de quatro patas”, afirmou a investigadora, que é uma das coordenadoras do projeto. 

Lançada para facultar informação “credível, rigorosa e útil” sobre os animais de companhia, a plataforma digital contempla, por exemplo, dados sobre as raças de cães com maior predisposição para o desenvolvimento de tumores, formas de detetar precocemente o cancro no animal de estimação, mas também informação sobre os ensaios clínicos em curso e os procedimentos para apoiar o animal durante o tratamento.

“O nosso objetivo é criar uma comunidade que estude e partilhe informação sobre a oncologia veterinária em todos os aspetos”, referiu.

O website mostra que em Portugal, os principais tumores nos animais de companhia são localizados na pele, aos quais se seguem os tumores mamários.

Além de facultar informação, o objetivo da plataforma é também caracterizar os fatores de risco associados ao desenvolvimento de cancro nos animais e humanos.

“Cada vez mais, os animais são membros ativos da família. Essa mudança de atitude em relação aos animais faz com que se tornem bons modelos de investigação e considerados ‘sentinelas’ para o cancro, uma vez que estão mais próximos e partilham o mesmo ambiente que os humanos”, salientou. 

Para que seja possível avançar com a caracterização dos fatores de risco, os investigadores estão a convidar todos os tutores e proprietários de animais de companhia – gatos e cães – a responderem a um inquérito epidemiológico, que estará disponível no ‘site’ até ao final de outubro.

Os resultados obtidos no âmbito do inquérito serão posteriormente publicados no site da iniciativa.

Os investigadores querem ainda criar um “grupo de apoio psicológico” para ajudar os tutores a lidarem com o luto animal, questão que “ainda não é muito bem aceite”. 

“O luto animal tem implicações ao nível da saúde pública”, observou, acrescentando que “é importante saber enfrentar o luto animal”. 

Para poderem dar seguimento ao projeto, os investigadores necessitam, contudo, de ajuda financeira, estando prevista por isso a abertura de uma campanha de crowdfunding no website Pet-OncoNet.

O site, desenvolvido em parceria com a Oncowaf e financiado pelo fundo belga para animais com cancro, é uma das interfaces da rede Vet-OncoNet, lançada em dezembro de 2019, com o objetivo de reunir informação sobre neoplasias presentes em animais de companhia e criar um registo oncológico animal a nível nacional.

Com a colaboração dos médicos veterinários e dos laboratórios de diagnóstico que aderiram ao projeto, os investigadores tem conseguido criar um registo oncológico animal, sendo que o objetivo agora é envolver os proprietários nesta rede, por forma a compreender melhor os fatores de risco comuns para o desenvolvimento de cancro nos animais e seres humanos.

Fonte: CNN Portugal

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ICBAS anuncia vencedores do concurso ‘Perspetiva(s) sobre Uma Saúde’

Com o objetivo de promover e divulgar o conceito Uma Saúde por toda a comunidade e sociedade civil, o Instituto de Ciências Biomédicas Abel Salazar da Universidade do Porto (ICBAS), em conjunto com o Instituto Português de Fotografia (IPF), organizou o Concurso de Fotografia ‘Perspetiva(s) sobre Uma Saúde’.

No contexto deste concurso, Teresa Nunes, fotógrafa no IPF, escreveu o seguinte texto, de forma a enquadrar e defender a fotografia enquanto ferramenta cultural:

‘Artivismo’ – a fotografia enquanto ferramenta cultural

A Arte sempre funcionou como um reflexo da sociedade, acompanhando a realidade ao longo dos tempos, registando-a, mas também agindo como um instrumento de mudança. É o chamado “artivismo”, um portmanteau [1] proveniente da junção das palavras “arte” e “activismo”. Há uma panóplia extensa de artistas, nas mais diversas disciplinas artísticas, que se assumem como artivistas, advogando nas mais distintas causas.

Naturalmente, a Fotografia não é exceção, afigurando-se como terreno fértil para artivistas. Ora numa primeira análise poder-se-á presumir que os fotógrafos relacionados com as questões do artivismo estarão ligados à fotografia documental e fotojornalismo, porém essa é uma visão redutora. Apesar de, efetivamente, essa área da fotografia, que prima pela representação do real sem manipulações ou alterações, ser bastante propensa ao artivismo, outros fotógrafos, que se afastam dos cânones do fotojornalismo, também se enquadram no conceito. Seja qual for a área da fotografia, atualmente os fotógrafos mobilizam-se pela capacidade da fotografia mostrar ao público e aos agentes políticos assuntos em que é necessária a intervenção e consciencialização da sociedade.

Anthony Luvera, que esteve, aliás, recentemente no Porto para falar na palestra “Fotografia e Ativismo Social”, no âmbito do ciclo de conversas Encontros do Olhar “Fragilidade – Transitoriedade”, organizado pelo Instituto Português de Fotografia, trabalha com indivíduos e grupos de pessoas marginalizados convidando-os a falar sobre as suas experiências, criando, com eles, projetos colaborativos em áreas como a saúde mental, as dependências, a situação de sem-abrigo e a comunidade LGBTQ+.

Eduardo Leal, com a sua série “Plastic Trees”, faz um retrato da poluição no Altiplano Boliviano, demonstrando a sua preocupação com as questões ambientais. O autor optou por uma estetização da poluição como alternativa aos meios tradicionais de denúncia, fotografando sacos de plástico, um dos itens de consumo mais utilizado e que acaba por se tornar uma das maiores fontes de poluição a nível mundial. Pretendeu com este trabalho chamar a atenção para o problema da poluição, focando-se numa zona onde milhares de sacos vagueiam ao sabor do vento até acabarem presos nos arbustos, danificando a paisagem.

Von Wong, mundialmente conhecido pelas suas obras hiper-realistas, encenadas e montadas com o auxílio da sua equipa e de uma imensidão de voluntários que se juntam ao artista em cada projeto. Este começa por montar grandiosos cenários para as suas fotografias que são sempre pensadas para alertar para temáticas como a poluição e o uso excessivo de plástico, reciclagem e bem-estar animal, entre outros.

Podemos verificar que muitos autores pugnam por diversas causas com que se identificam e que, ao olhos mais desatentos, poderão parecer desligadas e sem razão aparente para serem alvo de atenção das mesmas pessoas, porém, é cada vez mais comummente aceite que todos vivemos num planeta em que tudo está interligado e as questões de saúde humana, animal e do ambiente estão interligadas, explicando relações que poderiam, à primeira vista, parecer quase descabidas, é, afinal, o conceito de One Health.

É, pois, de concluir que a fotografia pode e deve ser entendida como uma ferramenta cultural capaz de comunicar uma mensagem de sensibilização e induzir a mudanças. Numa era em que a participação cívica se revela cada vez mais necessária para incentivar mudanças na sociedade em que vivemos, é cada vez mais comum ver fotógrafos que se juntam a essas causas a fim de fazer uso da sua ferramenta maior para os apoiar. 

[1] Palavra fantasista formada por elementos de outras duas (Dicionário infopédia de Inglês – Português [em linha]. Porto: Porto Editora. Disponível em https://www.infopedia.pt/dicionarios/ingles-portugues/portmanteau)

Durante as comemorações do 47.º aniversário do ICBAS, realizadas no dia 5 de maio de 2022, a instituição aproveitou a ocasião para anunciar os vencedores do concurso.

Menção Honrosa:

Fotografia de Rui Maneiras, Alumno do ICBAS

Terceiro prémio:

Inês Martinho, Alumna do ICBAS

Segundo prémio:

Telma Costa, Alumna do ICBAS

Primeiro prémio:

Teresa Leão, Docente da Faculdade de Medicina da Universidade do Porto (FMUP)
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Grande Porto é a região com mais gaivotas no país

Área Metropolitana está a traçar plano para responder ao fenómeno. Só nas cidades junto ao Douro há mais de mil aves e a reproduzir-se.

Nunca tantas gaivotas habitaram o Grande Porto. Haverá entre 1186 e 1626 gaivotas a sobrevoar os céus da Área Metropolitana do Porto (AMP), de acordo com o Censo Nacional da Sociedade Portuguesa para o Estudo das Aves (SPEA). É o maior número de gaivotas em ambiente urbano do país. E com a reprodução das aves em crescendo, a tendência é para que os números continuem a subir. A maioria instalou-se no Porto, mas Matosinhos e Gaia também sofrem com o problema, que se traduz em riscos para a saúde pública. Está em elaboração um plano metropolitano para controlo da população de gaivotas, cujo relatório será publicado em breve.


Uma das medidas que podem estar em cima da mesa é uma eventual operação de retirada dos ovos dos ninhos. No entanto, tendo as gaivotas um ciclo médio de vida de 20 anos, o resultado desse trabalho demorará a revelar-se. “Nos finais dos anos 90, as gaivotas começaram a expandir-se para norte e exclusivamente para meio urbano. Quando se reproduzem num local com sucesso, voltam sempre”, nota Nuno Oliveira, técnico de conservação marinha da SPEA. A retirada dos ovos será sempre “um processo moroso, que requer recursos humanos e financeiros”, acrescenta, alertando que durante os primeiros três ou quatro anos de vida, as gaivotas não se reproduzem.


Fonte de Contaminação
O fácil acesso a alimentos é o principal motivo para a deslocação das gaivotas do Centro e Sul para o Norte do país e a sua reprodução incessante representa riscos para a saúde pública. É esse mesmo o alerta que faz Adriano Bordalo e Sá, hidrobiólogo e investigador do Instituto de Ciências Biomédicas Abel Salazar (ICBAS): “Têm, nos excrementos, as mesmas bactérias patogénicas que nós e são uma fonte clara de contaminação da água, dos solos, e de transmissão de doenças”.


“A explosão da disponibilidade alimentar”, quase “sem limitação”, conduz ao aumento da população de gaivotas, aponta Nuno Oliveira, que observa “um grande esforço na melhoria da gestão de resíduos e armazenamento temporário”. Também os desperdícios da pesca alimentam estes animais, particularmente graças à quantidade de peixe já morto que é devolvido ao mar.


“É alimento gratuito para as gaivotas. E há oito mil embarcações de pesca no país”, nota Nuno Oliveira. O primeiro passo, diz Bordalo e Sá, é o lançamento de “uma campanha para não alimentar as gaivotas, da mesma maneira que já houve uma para não alimentar os pombos”. Nuno Oliveira concorda.


Para decidir estratégias de combate ao problema, a AMP lançou, há dois anos, um concurso público, com um preço-base de 135 mil euros, para a elaboração de um plano de controlo da população. Esse trabalho estará no fim.


O último estudo, conhecido em 2011, apontava como uma das soluções a diminuição de alimento disponível.

Fonte: Jornal de Notícias
Texto: Adriana Castro

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ICBAS e CMIN lançam livro para prevenir a obesidade e a diabetes pediátricas

Foi lançado no passado dia 4 de março, Dia Mundial da Obesidade, o livro Cuida de Ti – Orientações para Uma Vida Saudável, no âmbito do projeto com o mesmo nome, desenvolvido pelo Instituto de Ciências Biomédicas Abel Salazar (ICBAS), em conjunto com o Centro Materno Infantil do Norte (CMIN).

Vencedor do Prémio “Comunicar Saúde” da Ciência Viva – Agência Nacional para a Cultura Científica e Tecnológica, pela contribuição para a literacia em saúde da população, o projeto “Cuida de Ti – Orientações para Uma Vida Saudável” tem por objetivo alertar para os perigos da obesidade e diabetes pediátricas, salientando a importância do diagnóstico precoce, assim como a implementação de medidas para evitar o desenvolvimento de doença crónica na vida adulta.

“A obesidade infantil e a diabetes, que está diretamente associada, é um dos principais problemas de saúde das crianças e dos adolescentes. É um problema que em Portugal tem uma dimensão muito preocupante, com taxas de excesso de peso e de obesidade muito próximas do 30%, o que coloca Portugal como um dos países com maior incidência da doença”, alerta Alberto Caldas Afonso, professor do ICBAS, Diretor do CMIN e responsável pelo projeto.

É neste contexto que o livro pretende ajudar a esclarecer conceitos e dúvidas, para que todos possam compreender como se pode adotar um estilo de vida mais saudável.  Os conteúdos foram desenvolvidos por uma equipa multidisciplinar, com o objetivo de poderem ser apreendidos e difundidos pelo maior número de pessoas.

O “Cuida de ti- Orientações para uma vida saudável” é destinado a todas as crianças, adolescentes, famílias e escolas, e através de conteúdos simples, apelativos e didáticos alerta para a importância de um diagnóstico precoce e da instituição de medidas que possam evitar o condicionamento de doença crónica na vida adulta.

“Este livro aposta em conteúdos facilmente compreensíveis, muito práticos e que vão permitir a sua utilização no dia a dia. Para os mais novos, foi também concebido um jogo interativo que os desafia nas respostas as questões veiculadas no livro”, explica o coordenador da obra.

Tendo em conta o impacto das redes sociais nos adolescentes, foram ainda desenvolvidos vídeos com dois ‘influencers’ – a atriz Madalena Aragão e o jogador do Futebol Clube do Porto, Francisco Conceição -, que mostram como a alimentação e a prática de exercício físico lhes permitem manter uma ótima performance diária.

Para chegar às comunidades escolares de todo o país, o ICBAS associou-se à Missão Continente, que incluiu o livro nos conteúdos do seu programa educativo (Escola Missão Continente). Desta forma, pretende-se reforçar a mensagem da importância de uma alimentação e estilos de vida saudáveis às turmas do Pré-Escolar, 1º e 2º Ciclos do Ensino Básico.

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Mês para a consciencialização ‘One Health’

Janeiro foi o mês para a consciencialização ‘Uma Saúde’ e, por isso, considerámos esta uma excelente ocasião para convidar os Professores Carlos Vasconcelos, Luísa Valente e Adriano Bordalo e Sá, membros da comissão ‘Uma Saúde’ do ICBAS a escrever a sua visão sobre as várias perspetivas do conceito, aplicado à realidade da medicina humana, animal e da saúde do ambiente.

‘One Health sob a perspectiva médica –  Saúde humana’

Sim, todos sabemos, quando paramos para pensar sobre o assunto, que não estamos sós no planeta. Mas no dia-a-dia atuamos como se estivessemos. A não ser que… as “coisas” se nos imponham, como é o caso da pandemia COVID-19. Um micróbio, o vírus SARS-CoV-2, sai do seu reino e, mais rápido que Gengis Khan, põe a velha e altamente civilizada europa, todo o mundo ocidental, aliás, todo mundo, paralisado na economia (então e os banqueiros tão importantes?!), na educação (valeu-nos a realidade virtual…) e no turismo (tantos aviões parados, tanta gente sem trabalho…). Em suma, mexeu com toda a nossa vida, as grandes e as pequenas coisas, os pequenos e os poderosos.

Como foi possível? A resposta é só uma, clara e óbvia (como podemos ser tão estúpidos?!): no nosso mundo TERRA tudo está interconectado, o maior animal com o mais pequeno micróbio, as árvores, o vento e o sol, eu, tu, o negro da África, o amarelo da China, o vermelho da América, o mais inteligente e o mais inculto, a bela princesa e o monstro, o rico e o pobre, todos estamos ligados.

O que cada um fizer, a rede interconetada saberá, sentirá, adaptar-se-á, e pur si muove…

Tratamos o mundo como se fossemos donos absolutos, nas “tintas” para tudo o resto. E, pelo menos por agora, sabemos que não o devemos fazer.

É urgente este tempo de mudar. Todos nós, cada um de nós, não poderá duvidar da sua responsabilidade nesta luta pela continuação da vida na Terra.

Na saúde humana muitas são as atitudes que devem sofrer o vento da mudança, a começar por ver à nossa volta – não apenas olhar! –  e reconhecer os outros, seres vivos e ambiente. E mudar práticas, como o uso inadequado de antibióticos na comunidade e, também,  no hospital, gerando estirpes microbianas mais resistentes e estimulando, num ciclo vicioso, o investimento na investigação e recursos financeiros, que poderiam ser dirigidos para objetivos mais úteis à saúde humana.

O conceito Uma Saúde, eleva à máxima potência a necessidade de articulação entre todos os que podem contribuir para melhorar e, mais ainda, prevenir uma saúde global. Entre os profissionais de saúde, em especial os médicos, na comunidade e nos hospitais, não podem limitar-se a tratar bem “a doença”. Têm de ver o doente na sua globalidade, em que meio vive, o que come, que exercício faz, como se integra na família e na sociedade. É preciso perceber as causas que levaram à doença: foi relacionado com a alimentação, com a água que bebe ou bebeu, com os animais com que contata ou contatou, com o ambiente em que desenvolve o seu trabalho, ou com aquela viagem aos confins do mundo com que tanto sonhou?

Como médico há 45 anos, estou numa priveligiada situação para dizer: não podemos continuar assim meus caros colegas! Temos ser mais globais, mais integradores e tentar, sempre, perceber o que pode estar por trás da doença que tão bem diagnosticamos e tratamos. Isso não basta. A bem de Uma Saúde temos de pensar e atuar mais profundamente e, acima de tudo, estar interligado com todos os outros intervenientes da dimenção SAÚDE. Só assim teremos amanhã para os nossos descendentes.

Carlos Vasconcelos, Médico Especialista em Medicina Interna e Professor Catedrático convidado do ICBAS

Promover a saúde animal e humana

A saúde animal adquiriu uma importância sem paralelo. Com a pandemia COVID-19 ficou bem evidenciada a interligação entre a saúde humana, a saúde animal, o ambiente e a segurança alimentar.

Mais esquecida, porém, está uma outra luta com a qual nos debatemos diariamente, embora bem mais silenciosa: a resistência aos antibióticos. Trata-se de um desafio da maior relevância para atingir os objetivos elencados no Plano de Ação Europeu de “Uma Só Saúde” e na Estratégia do Prado ao Prato que levou, a partir do início deste ano, a serem aplicáveis novas regras para promover a saúde animal e combater a resistência antimicrobiana.

Limitar o recurso a antibióticos a situações de extrema necessidade é uma prioridade, tendo a União Europeia estabelecido como meta a sua redução para metade até 2030. Esta aposta começou já na produção animal, incluindo a aquacultura, onde a seleção de estirpes mais robustas, bem como a adoção de melhores práticas de cultivo, incluindo a vacinação, melhor higiene e adequação das condições ambientais à produção de cada espécie, são já uma prática corrente. Têm-se ainda desenvolvido estratégias eficazes para a prevenção de doenças, através do novo conceito de nutrição de precisão, onde as dietas são formuladas de forma rigorosa e personalizada para responder às exigências nutricionais de cada animal.

Atualmente recorrem-se a tecnologias de ponta (sensores, tecnologias de informação, inteligência artificial) capazes de monitorizar em tempo real o estado fisiológico do animal permitindo integrar um grande volume de dados e converte-los em tomadas de decisão rápidas e assertivas que antecipam cenários. O resultado destas boas práticas traduz-se no aumento da eficiência da produção e do bem-estar animal, minimizando o impacto no ambiente. Por outro lado, o controlo total da cadeia de valor do setor agroalimentar permite hoje garantir a rastreabilidade dos produtos e a segurança alimentar do consumidor

A produção animal tem apostado de forma crescente na utilização de dietas sustentáveis e funcionais com dois objetivos. Por um lado, a inclusão de suplementos que oferecem benefícios à saúde do animal, o que permite aumentar a sua capacidade de resistência a condições ambientais desafiadoras (temperaturas mais extremas, menor disponibilidade de água e águas mais ácidas). Por outro lado, podem ser depositados no músculo e ou no leite, e aumentar o valor nutricional destes produtos.

As preocupações dos consumidores com o valor nutricional dos alimentos são cada vez maiores. A procura de produtos com alegações específicas como sejam “fonte de selénio” ou “rico em ómega-3” é uma tendência global, à qual a produção animal tem, através de novas fórmulas, direcionado a diferentes grupos etários (crianças e idosos), ou estados de saúde.

Por isso, podem hoje ser encontrados alimentos ricos em ómega-3, em iodo e selénio, em ferro e outros minerais que, contrariamente às soluções inorgânicas disponíveis em farmácias, são facilmente assimiláveis, e por isso melhor utilizados pelo nosso organismo e mais saudáveis. Os suplementos alimentares na produção animal serão assim uma tendência crescente, que permitirá mitigar os desafios associados às alterações climáticas e contribuir para a produção de alimentos saudáveis e seguros.

Por fim gostava de mencionar o impacto das nossas escolhas alimentares no ambiente. Portugal é um país deficitário na produção da maioria dos produtos agrícolas que consome, incluindo carne, frutos, cereais (exceto arroz), leguminosas e oleaginosas. Ou seja, temos que importar estes produtos. Os transportes continuam a ser uma fonte significativa de poluição atmosférica, prejudicando o ambiente e a saúde humana. A escolha de produtos locais e sustentáveis deverá constituir-se como uma responsabilidade individual e um contributo de cada um para um planeta mais saudável.

Luísa M.P. Valente, Professora Associada do ICBAS

O Ambiente no conceito One Health

A Biosfera é a fina camada do nosso Planeta onde existe vida desde há 4 mil milhões de anos. De então para cá, os seres vivos experimentaram períodos de forte desenvolvimento, intercalados com outros de avassaladoras extinções. O Homo sapiens sapiens veio baralhar os processos naturais, fruto da enorme pressão exercida sobre o ambiente, agora à escala global. Da sobrevivência equilibrada no passado, passou-se para uma intervenção directa, onde imperam diversos interesses, entre os quais os económicos, à medida que a visão antropocêntrica do Planeta se consolidou.

A ideia de desenvolvimento sustentável surge em 1987, pela mão das Nações Unidas, face à escalada da acção do Homem sobre o Ambiente. Hoje, mais do que uma peça de retórica, é imperioso satisfazer as carências presentes de um mundo em mudança, sem por em risco o legado e as necessidades das gerações vindouras.

Nos dias que correm, temos cada vez mais a percepção de que tudo está interligado. Se por um lado a nossa actividade afecta o Ambiente, este continua a afectar o Homem, desde sempre e a degradação da Biosfera tem, inexoravelmente, efeitos dramáticos sobre a saúde humana, animal e vegetal.

Esta visão está, claramente, plasmada no conceito One Health, em que a saúde do Ambiente é uma das componentes chave e, cada vez mais, colocada na ordem do dia.

Adriano A. Bordalo e Sá, Director do Departamento de Estudos de Populações do ICBAS

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Vigilância da saúde de animais é fundamental para evitar transmissão de doenças a seres humanos

De tudo o que sabe até hoje, e que vai muito para além das teorias da conspiração, o SARS-CoV-2, o vírus que provoca a COVID-19 teve origem num animal. Os peritos da Organização Mundial de Saúde enviados a Wuhan, na China, concluíram que o cenário mais provável é de uma origem zoológica, através de um hospedeiro intermediário, fosse ele um morcego ou outro animal que ainda não foi identificado. O que veio mostrar quão essencial é vigiar os vírus nos animais de forma a evitar o contágio de seres humanos. É a chamada abordagem integrada da saúde que liga ambiente, animais e o Homem e que o Instituto de Ciências Biomédicas Abel Salazar, no Porto, já faz.

Veja a reportagem completa no site da RTP.

Fonte: RTP Notícias

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