Por Paulo Vaz-Pires e António Afonso | ICBAS
PORTO – Os alimentos aquáticos são obtidos através da pesca, atividade tradicional, e também da aquacultura, como atividade produtiva intensa bastante recente. São considerados essenciais num regime alimentar equilibrado, de acordo com as recomendações da OMS, FAO e nutricionais.
A pesca permite obter cerca de 50% dos alimentos aquáticos mundiais, e a aquacultura outros 50%. O aumento da população mundial e as dificuldades na pesca tornam a aquacultura cada vez mais indispensável.
Os alimentos aquáticos estão associados a vários mitos. “O pescado cultivado é menos saboroso e saudável do que o da pesca”, e “a aquacultura é ambientalmente prejudicial” são comuns. Na verdade, o pescado de aquacultura tem excelente qualidade nutricional, e qualidade e segurança asseguradas por sistemas modernos e eficazes.
Os benefícios demonstrados são os relacionados com as doenças cardiovasculares, a diabetes e a artrite. Na área do cancro, há resultados promissores.
Os interesses humanos são fortíssimos e continuam a impedir que se atinja uma sustentabilidade adequada no ambiente aquático, assistindo-se ainda ao empurrar das verdadeiras soluções para o futuro, que poderá ser séria e irremediavelmente afetado.
Em resumo, devemos consumir pescado regularmente, tanto da pesca, selecionando espécies menos ameaçadas, como de aquacultura, optando por produção local e nacional. A procura, a seleção e o estudo de informação fidedigna será a única forma de eliminar vários mitos associados a este tipo de produtos.
Imagem – Paulo Vaz-Pires e António Afonso na ‘Conversa One Health’ realizada, no ICBAS, no dia 24 de outubro de 2024. Créditos: Sofia A. Costa Lima.