Por Sofia Costa Lima, ICBAS
PORTO – As doenças zoonóticas emergentes são um dos principais desafios ao conceito “One Health”. As zoonoses são doenças infeciosas transferidas dos animais para os seres humanos. Atualmente, o tratamento e o diagnóstico das infeções zoonóticas são difíceis devido a mutações genéticas, modificações do local-alvo e resistência a vários medicamentos. De facto, o aumento do nível de resistência aos agentes antimicrobianos entre as espécies bacterianas constitui um grande desafio para a saúde humana e animal, bem como para a vida no futuro.
São urgentes novas abordagens de gestão para melhorar as medidas profiláticas, assegurar um diagnóstico rápido e terapias eficazes contra as bactérias resistentes. Neste contexto, os nanomateriais estão a transformar a medicina graças às suas capacidades versáteis para dispositivos de diagnóstico e para tratamentos de zoonoses através da administração direcionada e controlada de medicamentos antimicrobianos. A dimensão nanométrica dos materiais permite uma entrada fácil nas células dos organismos vivos. Além disso, os nanomateriais podem ter um papel protetor, impedindo a degradação do fármaco encapsulado ou do agente antimicrobiano devido às propriedades de proteção destes materiais, controlando e direcionando a sua libertação para os tecidos doentes, reduzindo os efeitos secundários adversos nos tecidos saudáveis. As aplicações de nanomateriais como vacinas ou sistemas de administração de medicamentos, direcionando agentes terapêuticos no combate a doenças zoonóticas, reforçam o desenvolvimento bem sucedido de estratégias de controlo das infeções. Recentemente, foram propostas novas abordagens baseadas na nanotecnologia com propriedades antimicrobianas, para a separação de agentes patogénicos ou como material de diagnóstico. A aplicação da nanotecnologia pode trazer novas oportunidades para combater as infeções zoonóticas.
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