Por Luísa Azevedo, ICBAS
PORTO – A história da evolução humana parece perder-se no tempo quando o nosso pouco tempo não nos deixa sequer tempo para pensarmos nela. No entanto, os marcos desta história de milhões de anos continuam a fascinar gerações até porque é uma das nossas principais curiosidades perceber as nossas mais remotas origens. Este foi um caminho com muitos marcos, marcos importantes e marcos aparentemente menos relevantes, mas que foram a base de outras adaptações bem evidentes. Um desses importantes marcos foi o desenvolvimento da visão. Somos, de facto, seres visuais. Os nossos olhos estão adaptados para perceber a luz, a cor, o movimento, os outros seres, as outras coisas. Depois, muito depois, veio a postura bípede, fruto de graduais adaptações anatómicas. Permitiu uma perceção mais ampla do mundo e libertou as mãos para a construção de ferramentas, abrigos, para procurar alimentos, para interagir com a Natureza. Ficando muito por dizer neste longo caminho, chegamos ao desenvolvimento do nosso cérebro e das nossas capacidades cognitivas. De facto, com o desenvolvimento dessas capacidades únicas, ficamos com o dever de cuidar do mundo em redor e dos demais seres vivos.
Numa altura em que falamos, e queremos continuar a falar da importância daquela abordagem que integra o ambiente, os humanos e todos os demais seres vivos, ou seja One Health (Uma Saúde), vale bem a pena pensar em como aqui chegamos, no nosso processo evolutivo e na forma como temos vindo a interagir com a Natureza, sem esquecer a forma como vamos continuar a fazê-lo. Na expectativa de ver o presente se tornar em legado histórico, possa alguém daqui a algumas centenas ou milhares de anos, escrever sobre como uma abordagem integradora e multidisciplinar – One Health – constituiu mais um grande passo no caminho da nossa história.
Créditos de imagem: Luísa Azevedo