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ICBAS oferece ‘Banhos de Natureza’ a trabalhadores e estudantes

Projeto pioneiro na U.Porto visa a promoção de saúde mental e bem-estar da comunidade através do contacto e reconexão com a natureza.

Instituto de Ciências Biomédicas Abel Salazar (ICBAS), em parceria com a Go Wild, lançou recentemente os ‘Banhos de Natureza’,  um projeto pioneiro na Universidade do Porto, que tem como objetivo a promoção de saúde mental e bem-estar através do contacto e reconexão com a natureza.

Para testar este novo conceito, o ICBAS desafiou um grupo de trabalhadores e estudantes a desligarem-se das suas preocupações e afazeres por 90 minutos, para se deixarem guiar numa reconexão com a Natureza. O dia estava convidativo e as expectativas eram altas, apesar de algum ceticismo.

Foram 90 minutos de presença e envolvimento ativo com os vizinhos jardins do Palácio de Cristal numa tentativa de devolver tranquilidade e reduzir os níveis de stress e fadiga mental da comunidade académica do Instituto.

Grupo de trabalhadores e estudantes no primeiro ‘Banho de Natureza’. Foto: ICBAS.

Como tudo começou…

A pandemia foi impulsionadora do projeto Go Wild, numa altura em que Nadja Imhof, uma das fundadoras, se sentia muito desconectada da natureza: “Fiz alguma investigação e percebi que os banhos de natureza eram uma prática muito comum noutros países e com uma base científica sólida, pelo que decidi iniciar o treino online de seis meses para ser guia certificada”.

Depois de concluída a formação, Nadja e Vanessa, psicóloga e parceira neste projeto, começaram por definir uma estratégia que passava por encontrar locais na cidade propícios a esta prática e por encontrar o público alvo.

“Os estudantes, que na pandemia estavam muito isolados e com quadros de ansiedade pareceram-nos o target ideal, por isso começamos a procurar formas de chegar a eles e foi assim que nos cruzámos com o ICBAS. Para além disso, sabíamos que para isto resultar, tínhamos que procurar locais perto da cidade, ou na própria cidade, que por isso motivassem as pessoas a participar”, explica Nadja Imhof.

Hoje, este é um projeto mais robusto que tem vindo a crescer “embora devagar. Afinal, isto é, uma prática nova em Portugal e as pessoas não estão muito à vontade com esta proximidade”, realça a fundadora do projeto.

Banhos de Natureza’ promotores de bem-estar

Mas timidez, vergonha ou resistência à parte, os ‘Banhos de Natureza’ têm juntado uma comunidade cada vez maior de seguidores, graças aos múltiplos benefícios físicos e mentais que representam.

“Os benefícios são globais, mentais e físicos. Físicos porque mesmo sem correr estamos a mexer o nosso corpo. Mentais porque está provado que este contacto com a natureza reduz a ansiedade e todos os sentimentos relacionados com depressão ou stress. O que nos ajuda a dormir melhor, aumenta a nossa capacidade de concentração e criatividade”, esclarece Nadja Imhof.

Também para João Silva, estudante da Faculdade de Ciências da U.Porto (FCUP) e colaborador da investigadora Karine Silva, do Departamento de Ciências do Comportamento do ICBAS, tornar-se guia dos Banhos de Natureza tem sido uma experiência “incrível”.

“Perceber que a conexão com a natureza tem tantos benefícios, com bases científicas tão sólidas, foi muito importante para o meu trabalho. Neste momento gostava que este projeto chegasse a mais pessoas, e acima de tudo de ver estas pessoas a fazerem banhos de natureza por elas próprias. Dar-lhes a receita e elas poderem fazer disto rotina”, enaltece o estudante.

“Teste” ultrapassado com sucesso

A verdade é que, após uma hora e meia passada em profundo contacto com a natureza, as opiniões foram unânimes: “esta atividade constituiu uma excelente iniciativa, que sem dúvida nos faz sentir melhores, mais calmos, mais serenos, melhor preparados e motivados para o trabalho.”

Para os participantes esta é uma “uma excelente forma de ganharmos energia, de nos sentirmos melhor connosco próprios”, como destacou Nuno Ferreira, do Serviço de Informática do ICBAS.

“Ofereceu-nos novas ferramentas para reduzir a ansiedade”, destaca por sua vez Sara Pereira, do Gabinete de Relações Internacionais e Mobilidade, sobre uma experiência que promete repetir.

Um compromisso partilhado por Zélia Lopes, da Unidade de Pós-Graduação e Educação Continua “Adorei, sinto-me muito tranquila e decidi que vou começar a vir mais vezes ao Palácio de Cristal conectar-me com a natureza. Sem dúvida que esta ação foi impulsionadora desta decisão”.

Também para a estudante do Mestrado Integrado em Medicina, Maria João Estêvão, esta é uma atividade que vai recomendar aos colegas: “Foi uma manha diferente e foi muito positivo vir aqui desacelerar um pouco. Nunca tinha olhado para o Palácio desta forma. Recomendo totalmente acho que esta é uma estratégia muito importante para reduzir a ansiedade”.

Fonte: Notícias UP

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